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quinta-feira, 7 de abril de 2016

pelas sombras que o mundo perdeu



     pelas sombras que o mundo perdeu
 confundindo
entre paraísos de ausência
          desvelando as essências, 
que o tempo inquisidor 
 a espeito
 nos orvalhos escondeu
a humanidade detém um local secreto
bem secreto, lá nas origens do mundo
como um poço sem fundo
para onde se escondem as sombras
aladas, 
alimentadas pelas fadas do silencio
- que nome se dá às almas?
só elas o saberão

vagueio, no vagar lento das sombras
oculto me nelas 
pois nunca 
gostei de expor me em demasia
uso e abuso dos sentidos 
para passar despercebido

ao lúgubre antro impuro 
volto sempre 
aos vestígios interiores do que não se expõe
o pudor de uma nudez pútrida
que sabe bem 
que nem tudo o que reluz é ouro

 


 sobre esta indolência 
o som da chuva abrandava
os símbolos imaginários, 
agora desfeitos
à revelia de outras sensações
sacrilégio 
que assim deflagrava
 como uma primitiva visão
 



"do you want some light?!"


tomara eu poder
 eu exigir
 a imortalidade quimérica 
dos sentidos, 
 para depois 
inebriado me extinguir
com o sangue derramado 
dos mortos
tudo o que me resta de ti
é somente noite
que ondula
 e estremece pelos corpos
abraçando uma mudez 
no frémito do mundo
um cântico
pelas suas profundezas agrestes

- partirei assim
uma vez mais
sem crença nem medo



the merry frolics of satan (mélies)









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