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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

horas de reconhecimento

recriando toda a natureza do desejo

mãe dos ventos

que recitam as tragédias 

despertando paisagens pelo seu vagar

sopro divino nas fronteiras da razão

até ao luto das madrugadas


lívida flor 

que desponta no peito

recém nascida

nas quimeras da melancolia

fulgente e decadente 

como a estrela da manhã 

que retornou do firmamento

sem remorsos

nem piedade

abrindo caminhos como um açoite 

todos um, a medida da eternidade


perdidas as meças

a um sol 

aonde o medo cria os idolos 

e a finitude o desespero


levanta-te e reconhece o teu mundo - digo-te eu.


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