recitei versos,
no reverso da tua identidade
revesti me com o teu fantasma,
na natureza morta do próprio sonho
à luz
da beleza nupcial da noite
esperei por ti
nas horas lúgubres
que brindaram me
com todo o erotismo ancião
do teu acervo de prazeres
no teu livro de memórias
descreveste me - como um viajante ao acaso
talvez por isso tentaste me eternizar
para precaver a decepção
e a lenta erosão da história
não havia representação
neste artificio da nossa inconsistência
interrogam-se os dias
lá onde se quebram promessas de amor
e com sudários se cobrem as palavras
na dúvida do dilúvio da escuridão
todos os poemas posteriormente ficarão escritos nas nossas lápides.
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