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domingo, 13 de julho de 2025

no teu livro das memórias

recitei versos, 

no reverso da tua identidade 

revesti me com o teu fantasma, 

na natureza morta do próprio sonho 

à luz 

da beleza nupcial da noite

esperei por ti 

nas lúgubres horas

que brindaram me

com todo o erotismo ancião

do teu acervo de prazeres



no teu livro das memórias 

descreveste me como um viajante ao acaso

disseste me de que nunca de mim te querias separar

e que por isso me quisesses eternizar 

esse teu caderno que guardavas

na tua mala de cabedal

para precaver a decepção e a lenta erosão 

da história 

não há aqui representação, nem submissão 

o viajante 

prolonga o seu momento

ao reescrever este poema

no artificio da sua inconsistência

a idade de cristo 

essa será posteriormente escrita na sua lápide 

nesta cinzenta era dos espelhos

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