para onde vais tu?!
aonde quererás tu chegar?!
neste paraíso esquecido, enfiado no cú da Europa
ó país das maravilhas
pelo teu continente e ilhas
será que tu não vês, essa fome que existe e que não se extingue, apenas cresce sem parar
será que tu não vês, como toda esta gente segue a trabalhar
gente, que como boa gente também sente
este país envergonhado perante todas as outras nações
grande?! grandes apenas nas suas ilusões!
ilusões das quais seguem vivendo, os seus energúmenos governantes
são eles sim, os trastes tratantes
de toda uma nação portuguesa
para eles e apenas eles só, as riquezas
não fazem divisões, apenas demonstram a avareza
haverá no entanto sempre a lata, para continuarem a enganar multidões
- um povo cansado, de mentirosos e ladrões.
anda o zé por isso sempre agoniado
já não ganha para o pão e para a comida
e por cá, quem trabalha toda a vida
pode esperar sempre o mesmo resultado
viver-se ao acaso, até chegar a reformado
se até lá não se passar dos sentidos
passam os dias a fio, escravos do dever, emudecidos
até que chegam ao dito dia, doentes e entristecidos
explorados e enganados
já sem a agilidade de outrora nem a vivacidade
- a mocidade, essa toda foi doada à necessidade
nesta prece tão nossa, que cresce entre as brumas
orações desditas
a uma sageza esquecida
algures
nesse país de outrora
tão cheio de poetas e saudosistas
para os desta geração, sem honra nem pecado
fica sempre a mesma pesada herança do passado
a confusão que me faz, cada vez que se revolve reabrir a tal caixa de pandora
em vez de uma visão futurista
progressista,
candeia para um novo estado embrionário
eis que entretanto continuamos a não ver, quem se erga firme contra o vigário
famílias inteiras, seguem sem um ordenado
será que nos telejornais, a imprensa consegue realmente topar tudo o que se passa?!
os campos secam e a uva está escassa
tantos anos de eleições, para não haver um único sequer em condições
para onde vais?! meu jardim à beira mar plantado?!
estejas no campo, estejas na cidade
- encontrarás sempre quem siga vivendo abaixo de gado.