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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Diários de Bordo (Lendas de Alhambra - Casa do Galo de Vento)








No cume da elevada colina do Albaceín, que é a parte mais alta da cidade de Granada, existem as ruínas do que era antes um palácio real, fundado pouco depois da conquista de Espanha pelos árabes e convertido hoje numa fábrica. Este edifício conserva ainda o nome especial como foi conhecido durante séculos, de "Casa do Galo de Vento". Chamou-se assim por causa de uma figura de bronze que representava um guerreiro a cavalo armado de lança e adaga, sobre uma das suas torres, e girando para onde soprava o vento, com uma legenda em árabe que traduzida em um romance castelhano, dizia algo como:


"Diz o sábio Aben-Habuz
 Que assim se defende o Andaluz."


Este Aben-Habuz - segundo as crónicas mouriscas- foi um capitão do exército invasor de Tarik, a quem deixou aquele como Alcaide de Granada. Julga-se que colocou aquela figura guerreira para recordar constantemente aos habitantes muçulmanos que estavam rodeados de inimigos. Contam as tradições no entanto uma história diferente e afirmam que a figura de bronze era um talismã de grandes poderes, ainda que em época posterior tivesse perdido as suas mágicas propriedades, degenerando num simples cata-vento.





quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Diários de Bordo - In a bar, under the sea






Os belgas dEUS sempre foram temas de conversa por motivos agradáveis. 
Quer fossem as simpáticas "Backpackers" belgas de Gent que numa viagem de carro connosco a Tavira entraram em delírio ao ouvirem os primeiros acordes de "Suds and Soda". Ou então a rapariga de Estremoz fanática por eles que conheci no "Mezcal" do Bairro Alto numa noite logo a seguir a um ano novo que tinha ido passar ao Porto. Ou até mesmo, uma amiga do Porto que me descrevia ao pormenor os concertos de Zita Swoon no Mercedes (antigo bar na Ribeiranas cartas que me escrevia. A verdade é que foram sempre aquela banda dos anos 90 de que muitos gostavam mas que nunca deixam de ser "outsiders"...e de difícil definição. Mais não fosse pelas origens exóticas. Acerca da cidade belga de Antwerpen não guardo grandes memórias, lembro-me principalmente de ter ficado fascinado pelo tamanho e beleza da estação de comboios, no entanto as primeiras impressões deram-me a entender uma cidade demasiado cosmopolita para aquilo que eu tinha conhecido até então da Bélgica...pois logo na primeira rua dei de caras com dois ou três McDonalds, não sei quantos Burguer Kings e não sei quê quantos mais H&M´S. Por esse motivo terei apenas ficado uma tarde na cidade visitando apenas os pontos turísticos fulcrais. Sabia pouco sobre a cidade, sabia por exemplo que Van Gogh tinha lá vivido (a cidade fica perto da fronteira com a Holanda, sendo o flamengo neerlandês a língua oficial) e que era uma cidade que tinha prosperado durante o Séc. XIX, muito às custas do seu porto marítimo e do comércio de diamantes. Antwerpen era também a cidade de onde eram oriundos muitos dos membros dos dEUS  e a propósito disto lembrei-me que uns dias antes em Gent tinha dado de caras com uma revista com a cara do Tom Barman a ocupar a capa quase toda. Ainda tentei ler a entrevista mas os meus conhecimentos de flamenco neerlandês não eram assim tão vastos que me permitissem perceber o que estava lá escrito. Foi então que uma vez em Antwerpen resolvi procurar pelo famoso bar de um dos membros da banda que terá estado na origem do nome do álbum "In a bar,under the sea". Procurei junto ao porto que segundo consta será mesmo a zona nocturna mais conhecida da cidade e apesar de ter descoberto algumas lojas de roupa interessantes e um ou outro bar com um ar mais alternativo não consegui descobrir o tal bendito bar. Soube depois que o nome do mesmo era "La Plaza Real" e que pertencia não ao Tom Barman ( apesar do nome...ahah piada fácil) mas sim ao violinista Klaas Janzoons.









sábado, 10 de dezembro de 2016

for her carved flesh






                         
                      Douglas Harvey


weightless
in our downfall
i'm not here to deliver
or rescue you

in a shelter too deep,
much deeper 
into her soul, 

and far beyond
the mirror lanes
where the reckless
keep staring
through our naked souls
in silence


the unrest flesh - has its own will
free 
from all creator's design 
free 
to feel those blades
carving
while his sadistic face 
grins

no meaningless vice 
glows
for another illusion, 
a tidal 
to another
sentimental delusion 
to which 
we all bow 
from a better view now
in this astral 
grave
for an ancestral bravery 
we'll crave 
again


a song for libertines
where no peace
is allowed to hear




sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

the original faith









where those heroes 

with no names

are still fighting

(for a better tomb)



where is

no memories to mend

and no means

for an end



the original faith

is pronounced backwards

in the language 

of forked tongues


work by word

benediction or bewitchment

a vile substance 

for a strange addiction

chosen by

a faith that lied, 

a frozen sentence of a bargain 

to a gone penance

 

under scraps of decadence, an impending doom

through every gloom, a fool's game

in the ashes revealed

where in a future foreseen

the reckoning times 

never fail



unleash 

the power of bestiality 

the faith of a rebellious tone

under world's deceit and inception

and their world 

would die again 

and again 

in blame

and deception





the whore's derision,

lying

to all god's envision,

their cruel faces

kept changing 

everyday

through the shapes

of night and day




 at this earth´s stage,

a female

forgotten touch

- it was our opening torch


those roses

with thorns,

always a reminder

to you

that her sacred thoughts

are not yours.



the vile's will,

the slaughter's hand

that rings the bell

in this wasteland

all eagle's claws

were still clutched

to the lost years ark.



but who's repaid those wasted years
who's gonna manage, all the damage done?