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segunda-feira, 14 de março de 2011

Diários de bordo - Porto

Jardins da Cordoaria – Porto 


Anoitece rapidamente. 

De novo entregue às ruas da cidade, ouvindo pessoas em grupos que começam a povoar lentamente todos os bares em redor dos jardins. 
Sem nenhuns argumentos para agradar ninguém, sigo só com a minha destreza e um amor de outra mulher,um dia cuidarei de ti maria prometo...tu promete me que um dia podemos recomeçar tudo de novo... por sua vez a indiferença premeia o esquecimento de quem se dizia amigo, o vento sobre as folhas das árvores sopra mais forte..as mãos e os pés fugiam...a febre balbucia a dor de estar vivo em tudo o que havia de mais disperso, o absurdo de viver na interna convulsão da sua ausência. 
Sento-me junto à estátua de um nobre António e bebo esta garrafa de vinho por não ser mais capaz de descrever um silêncio inteiro. 
Tento procurar assim nos néctares de ambrósia todas as verdades semi cerradas com que apenas ousamos sonhar.
Hajam sonhos para que a alma subsista.
E a alba,verbo incólume do desejo, doce esperança que nos levará além da morte.

“no fun,no fun to be all by myself ”…


Tentava assim esquecer a certeza de um frio invernoso entre ritmos que antecipavam a grande festa do fim de ano. 
Espera-se uma vez mais que com todo o explodir orgiástico das garrafas de champanhe, dos fogos de artifício e das resoluções de ano novo surja então uma outra forma de felicidade, mais sorridente e sincera.










Alambiques 
destilando as nossas histórias,
esculpindo memórias
entre cânticos de júbilo
perguntávamos às tempestades
perguntávamos a toda a gente
se seria perfeita e apurada 
toda a nossa medida
se era devidamente 
fermentada
  pelos frémitos da insensatez.


Percorremos veredas
soltando as bridas,
contemplamos bailarinas
dançando entre vitrinas 
era a pantomima
em que se enumera 
o selecto bestiário.

Sempre foi fácil
ceder à tentação, de percorrer labirintos
pela ânsia de imitação
de todos os deuses
e como singelo peregrino
depois 
cantar de novo 
a eles 
e a todos 
os amantes sazonais





quarta-feira, 2 de março de 2011

Sringara

  




Dance with me - my delightful queen
your boughs 
of bard
are nests 
for homeless birds
and your tender whisper
keeps luring 
lost wandering souls.

Dance with me -my secret epiphany
chinese folios
are signs in the trees
the way to her
the way 
to Jeanne of Orleans


the homeless
will keep following you
while you
holding a golden tiara
in you hair
and purple diamonds
in your breasts
in your land of gardenias
you'll rise 
again


dancing
on the edge
of my fantasies
all dressed in sari
you hold the key
to an hidden memory
restless doves
gathering
like in an ancient tale
as we hear krishna's flute
and recall
promises 
carved in ebony