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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

guitarra 66



   Gosto bastante do novo projecto de Tó Trips, pois cada nota da sua Guitarra 66 transpira a ambiência de um lisboeta cidadão do mundo. A não perder no Café Concerto do Teatro Municipal na próxima sexta-feira.
   É recomendada uma audição, especialmente para quem goste de Norberto Lobo e dos álbuns acústicos de Six Organs of Admittance.

  Curiosamente, apercebo-me que poderá estar precisamente aqui, a resposta à pergunta do meu post anterior, como alguém que tenta contrariar a natureza do ser nómada que é (e que somos todos),creio que necessitarei sem dúvida de voltar a viajar. Sem rumo. Com já fiz noutros tempos, sentir o prazer do reconhecimento dos lugares e das coisas. Releio agora O Anjo Mudo procurando isso mesmo, mas não chega, terei igualmente que esquecer todos os espelhos e procurar antes pelas respostas nas estradas,planícies,horizontes deste vasto mundo por (re)conheçer.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

lisbon city blues

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                                            Eduardo Gageiro



Lisbon city blues

Olisipo,
filha de Ulisses,
que esqueceu o hino da nação
numa outra cidade, seria eu a sua narcótica canção

sem ninguém mais para te amar
nem ninguém mais para te temer
não te esqueças das bebidas
não te esqueças de ecoar todas as nossas causas desmedidas
e de abrigar os teus filhos nocturnos
com a tua palavra crente, quase amarga
absurda por vezes, 
mas que ninguem acuse de ser fingida

pela noite foraz, 
brotam sorrisos e beijos
pela hora das colheitas, que nos trás
a erva-das-maleitas para todos os ensejos

Cidade Mãe
embora por vezes
também madrasta.
andrajosos corsários,
vivem amores efémeros,
entre becos sem saida
ancorados às contradições
mercenários com corações tatuados,
entregues ao repouso austero.
até à hora das despedidas,
sem apegos nem distinções

Já Alberto Caeiro o sabia.

"O Tejo é de facto o rio mais belo da minha cidade,
mais não seja porque é o rio que corre pela minha cidade"

Displicente
como todos nós
vulgos na sua memória colectiva .
O Tejo será sempre isso,
o rio ao qual
o nosso olhar se entrega casualmente
aos céus do esquecimento.

Mas tudo é perfeito,
Por estar vazio,
Porque perfeito
            com vazio,
nem sequer está acontecendo,
entre o rio que nos separa
um sonho interdito e um fado desdito
um fado quase maldito,
maneirismo corporal de uma utopia
revolução esquecida que recompensou a letargia
à distância dessa nossa dicotomia
da excentricidade das suas ruas um pranto
vive o sentimento, que passa agora a lembrança
estrela de papel, elege a esperança 
poente que sobre o teu rosto alumia
devolvendo à cidade outro encanto.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Recomendação Cinematográfica (Tetro - Francis Ford Coppola)

Hoje irei retornar às sessões do Cineclube de Faro para finalmente assistir a uma das estreias do ano passado mais aguardadas por mim. (Talvez só mesmo superado pelos Limites do Controle de Jim Jarmusch)
Para este interesse pelo novo filme de Copolla, sem dúvida que contribuirá o facto do actor a representar o papel da qual se centraliza a história do filme Tetro ser nem mais do que um dos actores americanos mais interessantes e "fora da caixa"...sim chamemos-lhe assim...da actualidade hollywodesca, Vincent Gallo.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

marriage of heaven and hell


William Blake


   "Para qualquer poeta visionário, 
o amor é a única árvore da Verdadeira Vida..."