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sábado, 19 de setembro de 2020

a late night performance - anna von hausswolff (dead magic)

Sempre senti que esta senhora seria uma digna sucessora da Jarboe e de uns Swans mais atmosféricos via décadas de 80 e 90. 

Experimentem ouvir o Dead Magic de 2018 e tirem as vossas próprias conclusões.




sexta-feira, 18 de setembro de 2020

a late night performance - the obsessed ( lunar womb)

De volta ao blog, e agora com a segunda banda mais conhecida de Scott "Wino" Weinrich , depois de Saint Vitus claro. 

A música "Back to Zero" encaixa bem no mood do dia e adoro o titulo do álbum, para além da capa que é de um conhecido quadro do pintor espanhol Francisco Goya.

Lunar Womb foi publicado em 1991.








segunda-feira, 8 de junho de 2020

skeleton keys

skeleton keys are used
in further halls
     and closed rooms

while deities still bemused
are staring, motionless to this shores spell
to whom they allude?
with their kindness subdued, while tumulting raging waves swell
Babylon jests, to delude every guest
        in here
with a bundle
        of cruel thefts
our barefoot encounters, cometh to preach disgrace
into this insane asylum, they bought our triumph
               with their embrace
a cloak of daggers, to fight
staggering
in a barbarian foul play
          where merely an innocent witness is astray,
pale face, away retrieving 
          brooding in a silent deathly pace

in all earth's insipid
          backrooms
dancing behind your own hearse
          - the thrill of death
in golden days still looms







sexta-feira, 29 de maio de 2020

a late night performance - dead can dance

Tive acesso à música dos Dead Can Dance por recomendação de um professor meu do secundário que me tentava assim alertar para outros horizontes além do metal mais extremo a que me dedicava com toda a devoção na altura. 
Ficaram os Dead Can Dance tal como ficariam muitas outras bandas recomendadas por esse professor.
Fez 1 ano há uns dias que me ofereceram o bilhete para ir ver los ao vivo pela primeira vez. 




Toward the Within foi o primeiro álbum que escutei dos Dead Can Dance e foi publicado em 1994.





quinta-feira, 28 de maio de 2020

de profundis natura

through the maze
of all madden maidens
and statues with severed heads
flows the sap 
of life's disenchantment
an eternity's kiss encounters
raising the chimes 
over hallways of time


follow
the voices unknown
into the devil's enhancement,
through his abominations sublime

- the forbidden splendor
raised 
by sacred mantras of creation 
an unsociable bliss,
blind (to both to night and day)
blights a foe
through his painless surrender 






quarta-feira, 27 de maio de 2020

ways of a plague


we walk back, 
hand in hand
into a gleam of seductive possibilities
among the mist of warlords
in growing hostilities


a call to arms
carrying us the faith, 
in desperate charms


drawn by a plague,
those scattered shadows
were foreseen
in all foolish steps between

crushing into 
the grounds of certainty

concepts of humanity, they lied to us
through media alarm calls
and crooked views of equality






segunda-feira, 25 de maio de 2020

raison d'etre

just a promise 
that lingers
through a unknown raison d'etre

the leap,
into which all relentlessly 
surrenders
(at dusk)


servant of the slime,
from this damp prison cell
i learned my lesson well
this time
our perfection
comes scalloped 
in every features


sinister's sisters
came to pay us 
promises
with their wide open veins
where wise men once spoke 
with indifference
calling out for a cure, in deliverance
to makes us forget
that we're at the edge
(of a shipwreck everyday)

a lethal dose to stumble, 
eye to an eye to suppress this fray
challenging those men 
to deny their evading treads
- to defy all the distorted voices, 
a slashing rumble in a day







The Trapeze, by Max Beckmann (1923)






sexta-feira, 15 de maio de 2020

a late night performance - death (human)


Nos antípodas dos estereótipos de qualquer "metaleiro fudido" Chuck Schudiner tal como Hendrix, aparentava ser um tipo porreiro.
Provavelmente teriam se dado bem estes dois se ambos tivessem vivido numa mesma era. Dois génios da guitarra.
 Que viviam muito de inovação constante nas suas músicas, cada um à sua maneira.

Human foi o primeiro álbum que ouvi desta banda pioneira do Death Metal americano e foi publicado em 1995.



o nascimento infindável de vénus

do teu sorriso sedutor,
até ao extase dionisiaco
disseram-nos que não iriamos sobreviver
diseram-nos que iriamos enlouquecer

manobramos as mimícas, pelas linhas da epiderme
afloramos os sexos, sobre os negros traços desta caixa de pandora
que desperta entre nós os horizontes 
de dois mundos que se cruzam e ardem, 
pela nascente da dispersa aurora
ergue-se Vénus, que sobre o mar te invita




quinta-feira, 14 de maio de 2020

a late night performance - jimi hendrix (are you experienced?)

I honestly still believe that Jimi Hendrix was once the coolest and most chilled human being on earth. 

(his guitar sounds brought us all the fire and brimstone instead...)




"If you can just get your mind together
Then come on across to me
We'll hold hands, and then we'll watch the sunrise
From the bottom of the sea..."


Are you Experienced? foi publicado no dia 13 de Maio de 1967.

fortunes untold





over the netherworld

a vivid possession

our wildest breed, 

a new religion inception


spewing its curse, 

into their world 

at the gust of the wind 

and through this city 

rooftops 



I disclaim thee

I proclaim thee

my ghosts, 

dwelling in all emptiness

and marvelous imperfections


- free us now

free us now from their corrupted tales

and rejections


your

deceiver's army

in me

revolt, now will beget it

eagerly


into the hideous

and profane again


the tempestuous 

anger

is here

and it's already began

it's impure dance, 

under their contempt 

unheeded


a casa assombrada (memórias de infância)

( a propósito de uma casa que na minha vizinhança dizia-se estar assombrada...)

*curiosidade, este texto foi elaborado a partir de um rascunho de um trabalho escolar que eu devo ter feito quando teria nove anos.

Aos nove anos de idade F. e eu resolvemos ir explorar o imponente casarão amarelo que no alto da colina diziam-nos estar assombrado.
Ao aproximar da casa depressa apercebemo-nos que não haviam trancas no gradeamento para o jardim em frente.
Era uma tarde agreste de Verão, e esta nossa inocente jornada vinha como resposta a uma provocação feita por alguns dos rapazes mais velhos que jogavam à bola connosco. Pois bem, o desafio tornar-se-ia agora cada vez assustador. E ao aperceber-se da minha apreensão F. exclamava. "Anda, continua em frente!" Olhamos para a porta que se abria lentamente num ranger demorado e continuamos em passo sincronizado. A garganta seca e os suores frios aumentavam, a casa estava cheia de vegetação, folhas de árvores e trepadeiras que invadiam a sala pela janela

As janelas abriam se todas de repente, e os espectros dançantes vieram até nós num grito pertubador, dando indicios de ainda pensar estar vivos, petrificados observamos toda a sinistra congregação de almas penadas que se erguia. o estado de paralisia e suspense durou alguns segundos apenas...mas que pareceram horas. Até de novo despertarmos e fugirmos pelo pinhal... correndo, correndo até nos começar a faltar o fôlego.
Até hoje ainda não conseguimos voltar a falar sobre tudo o que vivemos nesta estranha tarde.


Hoje pela primeira vez resolvi ver este House of a 1000 Corpses, admito que filmes de terror nunca foram muito a "minha onda". 
Mas existe vontade  aos poucos ir redescobrindo estas subculturas.
Este filme do Rob Zombie foi editado em 2003.


 



j. vivia no prédio em frente


Ela chegou e todos sem excepção não resistiam a virar as cabeças para um olhar de soslaio. 
Vários minutos sem reação e acendendo cigarro atrás de cigarro, finalmente tomei me de brios e resolvi ir então ter com ela.
Entre as amigas havia duas jovens.
Uma delas parecia estar particularmente agradecida pela minha súbita presença.
 - Seja bem-vindo meu caro, tenho uma recordação inesquecível de si- disse- recordando me um episódio em que no meio de um trânsito caótico teria me visto com uma velhinha a atravessar a estrada.
Evidentemente que a conversa não foi fluida, mas a amiga ajudou a quebrar o gelo.
 Então o Dj no bar irrompe silêncios com uma sequência de "sixties songs" 

..."Don't you love her madly", 
..."Kiss the boot of shiny...shiny leather" 
..."Sweet Loretta...though was a cleaner, but she was a frying pan"

De forma apaixonada e despreocupada começamos a dançar - movimentos dispersos, palpitante, o suor que lentamente escorria entre os sorrisos e uma embriaguez quase orgiastica.
Depois da música a serenidade, saímos para as ruas depois do bar fechar e agora era o tempo dos sorrisos cúmplices, tornava tudo assim cada vez mais próximo, assim como o nosso calor humano. 
Estava um frio de rachar e abraçamo-nos depressa.
- era a luxúria de uma última farra que nos levava agora depressa para casa.

..."Mother of mercy... wouldn't you take me into your womb?"

Tanta coisa que dantes foi tomada por certa e que nos desencontros da vida seguem passando por nós.
A uma velocidade incontrolável no atropelo dos dias. 
Dia após dia seguindo a um passo do abismo.
Vivendo na ânsia de viver o agora e a verdadeira vida ecoando sempre no além, no mais tarde, no inalcançável. 
A verdadeira vida estava de novo ali, finalmente, num momento que se tornava sentimento, vil, vulcânico e sem fins absolutos.
Lembras-te de como era tudo antes de outros começarem com todas as suas exigências de virtude.
Éramos sonho do próprio sonho sempre a um passo da humanidade. 
Ao lamento dos transeuntes respondemos com a indiferença de um encolher de ombros, seguindo nas nossas conversas apaixonadas. 
Ouvíamos todo um mundo sempre à margem daquele rio.
Nesta viagem pela descoberta dos corpos. Anseio absoluto despindo-se sobre mantos de cetim.
Como quem procurava agarrar na beleza toda a verdade das coisas. 



2046 é um filme de 2004 realizado por Wong Kar-wai

Confesso que ver filmes como os deste realizador natural de Hong Kong foi talvez o principal motivo para a criação do blog. 
Motivo que visava essencialmente por ir desenvolvendo pequenas histórias e contos eróticos. 
À boa maneira de realizadores como o Wong Kar wai. 
Com o decorrer dos anos esta ideia inicial foi se diluindo e dando lugar a outros temas, é verdade, custa a crer que já se passou no entanto tanto tempo desde a criação daqui do espaço.
 Não terei tido nem por sombras a oportunidade de ser tão produtivo como gostaria, eu sei disso mas o cinema sempre esteve e estará por cá presente.  
Das coisas mais positivas durante a minha experiência de vida universitária em Faro,  foi de facto o despertar para a importância de trabalhos de promoção feitos por espaços como os Cineclubes
Ou de outros espaços, propícios para pequenos eventos, como eram naquela altura o caso do Pátio de Letras ou o Draculea Café Bar.

A redescoberta do cinema de autor nesse período veio até mim e por cá ficou para durar. 



terça-feira, 12 de maio de 2020

a late night performance - no sleep till hammersmith (motörhead)

Lembro me particularmente de quando fui passar parte das férias de verão com os meus tios, certo dia me vagamente de estarmos no CC Colombo e após ter ido a uma loja de música comprar um álbum qualquer de Guns N Roses o meu tio virar se para mim a dizer me algo do tipo "GnR?! Isso não é música de jeito...mas tu não viste o que é o palhaço do Axel fez?!" .Referia se claro ao famigerado episódio com as garrafas no concerto de Alvalade. "Quando chegarmos a casa logo te mostro música como deve ser". E assim fez, ao mostrar me toda a sua coleção de vinyl baseada em grande parte em álbuns de rock e metal dos anos 70 e 80 despertou me para a beleza das capas... fiquei fascinado especialmente por capas de álbuns como Killers ou Number of the Beast dos Iron Maiden ou o Overkill dos Motörhead
Fiquei também fixado nos albums de AC/ DC.  
E depois era a música em si...era rápida, furiosa, cheia de pressa. 
Sem pedir licença e quase sempre prestes a entrar em erupção. 
Propicia para o headbanging e para o air drumming durante horas a fio. 
Nunca fui grande apreciador de álbuns ao vivo e talvez uma das raras excepções seja mesmo este No Sleep Till Hammersmith...claramente um dos meus álbuns ao vivo preferidos de sempre.
 Para mim os verdadeiros Motörhead sempre foram os deste line up. 
Com o Lemmy, Fast Eddie e o Philthy Animal Taylor
Sem qualquer tipo de desprimor para Wurzel ou para o Phil Campbell claro. 
Que também participaram em bons álbuns, mas aquele trio era a verdadeira essência do som dos Motörhead
Um pouco se calhar à semelhança dos Black Sabbath com o Ronnie Dio
Não deixam de ser bons mas os verdadeiros serão sempre com o Ozzy
Ouvir este álbum desperta me igualmente memórias do meu saudoso tio que me chegou a dar alguns sábios conselhos sobre os benefícios de ouvir Pink Floyd sob o efeito de substâncias "ilícitas".

No Sleep Till Hammersmith foi publicado em 1981.






as máscaras (e os seus significados simbólicos)





A propósito das máscaras medicinais que agora se tornaram obrigatórias usar por causa da pandemia, resolvi fazer uma pequena dissertação e contextualização histórica acerca de máscaras.
No Oriente, por exemplo - Onde toda a sua simbologia se altera consoante os seus usos.
 A máscara teatral é representativa de várias danças sagradas, servindo igualmente para exteriorizar as tendências demoníacas, como no teatro em Bali, onde dois aspectos se confrontam entre várias danças carnavalescas, o aspecto sátiro ou satânico exclusivamente manifestado, e o aspecto libertador.
Nas festas do fim de ano chinês as máscaras por sua vez aqui funcionam como uma catarse.
A máscara não tapa mas assim revela, tudo o que é necessário purgar.
No Cambodja as máscaras da dança do Trot são igualmente objectos de uma especial atenção.
A máscara funerária,o Huen, por exemplo esta destina se a fixar toda a alma errante.
E por sua vez em África o uso e a instrução das máscaras sempre estiveram ligadas aos ritos agrários, funerários e iniciáticos de quando os povos se tornaram agricultores e sedentários.

The Masque of the Red Death 
by Edgar Allan Poe (1850)

 "The “Red Death” had long devastated the country. No pestilence had ever been so fatal, or so hideous. Blood was its Avator and its seal — the redness and the horror of blood. There were sharp pains, and sudden dizziness, and then profuse bleeding at the pores, with dissolution. The scarlet stains upon the body and especially upon the face of the victim, were the pest ban which shut him out from the aid and from the sympathy of his fellow-men. And the whole seizure, progress and termination of the disease, were the incidents of half an hour."





segunda-feira, 11 de maio de 2020

a génesis do rock






Tal como na Génesis, o capitulo da sagrada escritura hebraíca a linha que separa o rock da religião é ténue. Os mitos personificados equiparam se aos ícones da Capela Sistina. A mais intensa forma de expressão, massificação e força interventiva...que criou fenómenos e cultos à sua volta semelhantes a qualquer outra religião milenar . O Rock devolveu a esperança, desde o grito dos escravos que penavam pelos campos de algodão dos seus donos. O rock nasceu assim desse mesmo grito, proveninente do primeiro escravo negro a pisar a "Terra Nova" ( a América das oportunidades). À medida que o escravo afundava-se na cultura local o grito sofisticava-se, assumindo novas formas e assim servindo de suporte às canções do trabalho forçado. Desenvolvendo-se principalmente através de cântigos religiosos (muitos deles obedecendo a esquemas de parada e resposta - um pouco à imagem das nossas tradicionais desgarradas). As curiosas "canções de menestréis" eram muitas vezes sátiras representativas de episódios biblícos e a supostos herois como Cristovão Colombo, sendo este por vezes representado por negros com o rosto pintado de branco. Penso que foi daqui igualmente que terá partido a inspiração do Bob Dylan, durante a sua Rolling Thunder Revue, que em cada actuação pintava o rosto de branco. Janis Joplin por sua vez afirmava que preferia cantar a música dos negros "para roubar o dinheiro aos brancos". Na verdade todos os grandes artistas negros de blues e mais tarde de rock foram inicialmente "assaltados" por artistas brancos, veja-se o caso dos recentemente falecidos Chuck Berry e Little Richard. A Bessie Smith esta por sua vez acabou por falecer depois um acidente de automóvel em consequência de ter visto o seu internamento ser lhe negado num hospital sulista. 
Quando surgiu o Blues, a linguagem deste novo estilo musical derivava essencialmente da chamada "blue note" ( blue neste caso traduz se aqui como "melancólico","triste"...).
 As notas de Blues eram também muitas vezes apelidadas como "dirty notes" por soarem dissonantes ao conservadorismo americano branco.
 Pois é...toda esta história da associação da música mais marginal ao demónio já é longa e a propósito de isto, recordo me sempre daquela música dos Ministry .

" Soon I discovered that this rock thing was true
Jerry Lee Lewis was the devil
Jesus was an architect previous to his career as a prophet
All of a sudden, I found myself in love with the world
So there was only one thing that I could do
Was ding a ding dang my dang a long ling long..."




a late night performance - Anti Cimex

Ok, então para terminar então esta sequencia de bandas made in sweden com algo menos filosófico e de mais "acção directa" e protesto.



 
Os Anti Cimex já existem desde 1981 e por sua vez este Scandinavian Jawbreaker foi editado em 1993


* video com subtitulos em espanhol 




domingo, 10 de maio de 2020

a late night performance - Bathory


Caso nao se saiba ainda...falar se de bandas suecas e não se falar do Quorthon é um pouco como ir até Roma e não visitarmos o Papa.
O álbum desta noite hoje é o Twilight of the Gods, editado em 1991. Para além da óbvia referência nietzschiana é um álbum poucas vezes citado entre os favoritos e talvez por isso mesmo desvalorizado. 
E como o meu papel por aqui passa igualmente por centrar o foco naquilo que a meu ver por vezes está injustamente esquecido daí também a escolha.






o efeito borboleta


Como se de uma vida suspensa num bater de asas de uma borboleta tratasse, perguntava-me 
muitas vezes como seria este mundo se nunca tivesse nascido.
O eu primordial que somos será apenas e somente criação nossa,
uma dança que dança 
pelas cordas suspensas de um abismo.
A substância camuflada de TODAS as coisas.
Ser vivo inebriante que se confunde TODOS os dias.
Portas sobre portas. 
Que se vão abrindo num voo rasante 
de fora para dentro.

Como que instruídos, a negar tudo o que dantes era supérfluo.
Transcendendo obstáculos, um por um.
O grande mistério esse resiste, como que coberto por um véu
 formado pelas águas de uma cascata à entrada de uma gruta.
Será que nos completamos ou apenas nos projectamos.
Um à entrada dessa mesma gruta com vista para o exterior.
O outro provindo desse exterior 
aproximando-se cada vez mais da gruta.
Um luz outro breu.
Um viva voz, 
um outro estendendo-se pelo silêncio entre os espaços.
Quid pro quo. Avanço assim que tu avances.
Dos teus concílios nocturnos com as estrelas, renasces 
na decorrente distância cada vez mais palpável dos nossos dias.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

a late night performance - Monolord

Quando se fala em Doom e Heavy Rock os suecos Monolord serão um caso à parte.
Funcionando com um trio bastante consistente e em que todas as partes são indissociaveis de um todo, também resultam muito bem ao vivo.
Rust foi publicado em 2014 e continua a ser o meu álbum preferido desta banda.




quarta-feira, 6 de maio de 2020

a late night performance - Deep Purple



    E o álbum do dia de hoje foi o "Machine Head" dos Deep Purple .
Curiosamente também editado em 1972. 






terça-feira, 5 de maio de 2020

príncipes do infortúnio



O espectáculo da morte
na frivolidade da vida.
O homem dilui se na sua linha costeira.
E quebra se de novo nos leitos desfeitos do amor.
Não acreditava no Céu nem no Inferno, apenas e só nos seus fantasmas.
E estes fizeram no arrepender se de ter nascido.
Não podiam esperar outra coisa que não fosse a revolta pela calada.
O rosto coberto num vivo rubor.
Rodeado pelas chamas.
Príncipes do infortúnio dançando ao ritmo das marchas fúnebres.
Podiam se contar luas 
na combustão dos inocentes.
Valsas que se ouvem no estertor das ideias.
O ritmo da criação no epicentro dos deleites.
A opacidade de fazer-te crer 
entre todos eles,
esquecendo assassinos que crepitam durante as noites.

Recomendação cinematográfica - Haxan ( Bejamin Christensen, 1922)






Algures entre o documental e o terror mudo na mesma linha que o clássico do expressionismo alemão Gabinete do Dr. Caligari.
O dinamarquês Benjamin Christensen baseou este seu filme no livro Malleus Maleficarum, um tratado do século XV sobre bruxaria, além de vários outros manuais, ilustrações e tratados sobre bruxas e caça às bruxas.
Recordando assim aqui uma das sessões de cinema mudo no Café Candelabro.





















a late night performance - Black Sabbath


E o álbum de Black Sabbath do dia de hoje foi o Vol 4 editado em 1972. 









spectres



rushing
through the night, 
a shivering muttered
to all anguish souls
in a tempted revival
on another 
disillusioned rush


dark riders walk
in their shapeless might 
through out spite
consummating all desires
written 
in the predestined choirs



our time rushes by
as spectres
through a livid nightmare
(in a glare within)


all is awake here 
now
for a new desire's
 due, 
drought of your 
thoughts, 
drought of your 
love

within, 
the pace of death
breaths
marking its footsteps 
of fire 
through the snow

whilst 
the boundless feast
lasts
(you still hold an hourglass 
in your hands)


most cherish 
dreams
where asleep 
in guilt, 
and wearied 
of all their 
contempt

humankind
was never kind
always
unreliable
in their trust
no destiny 
in grief
will perceive
all the strength 
coming
out of your limbs,

a tunnel 
where all fear dims

(drained 
from the raging pits of hell) 

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Zeca Afonso - Minha Mãe


Visto ser o dia da mãe e tal.
Ninguém é mais importante do que as nossas mães.

"Quem tem uma mãe tem tudo

Quem não tem mãe não tem nada..."





ninguém dorme ainda









tomando o teu pulso
e sucumbindo de novo
demasiado tarde para morrer hoje
demasiado cedo para viver amanhã
ninguém dorme ainda
na esperança dos crepúsculos 
num fechar de olhos apenas,
quantas sereias estariam 
ainda velando por nós
numa visita tardia
quantas noites mais
me irias deixar sozinho afinal.

levados pelo engano,
de um reflexo, 
as vozes do tirano 
relembrando tudo, a noite
sempre a noite e as suas amantes
. 
a sentida esperança por algo novo
o sentido pecar por este amor mais sagrado




sábado, 2 de maio de 2020

Hunter S. Thompson - Hells Angels





"Os marginais têm a tendência de ver as suas motos como monumentos pessoais, criados à sua própria imagem, por mais abstracta que seja, e desenvolvem um afecto por elas algo que é difícil para alguém de fora compreender. Parece uma espécie de pose ou até perversão. - e talvez seja, mas para os aficionados das motos é muito real." 





Morning mood - Mundo Segundo

 Nestas horas da penumbra.Porque tudo há de passar.
. E o rapper portuense Mundo Segundo 
hoje a dizer-me tudo aquilo que me fazia falta ouvir acerca do vil metal. 
Obrigado.

"my richness is live..."

em busca do norte perdido

E entretanto visto que por esta altura o verão algarvio já deve estar completamente "estrupiado" vou fazendo contas à vida de quando e como devo voltar para cima. Durante a minha última estadia visitei alguns sitios como por exemplo Braga e Amarante. Durante a próxima estadia talvez seja altura de visitar por exemplo EsposendeMarco de Canaveses ou esta bela e curiosa aldeia de Quintandona (no concelho de Penafiel.)


SWR Barroselas - Metal Fest

Parece inacreditável como esperei 20 anos por isto. 
O ano de 2019 trouxe me finalmente a minha primeira edição in loco do SWR Barroselas. 
Um dos momentos mais altos deste baptismo de fogo foi o concerto dos black rock n rollers americanos Midnight.
A prespectiva do video é exactamente a mesma do sitio de onde estava.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Diarios de Bordo - Capela do Sr.da Pedra (Miramar)




Partindo de comboio desde a estação de Devesas (em Gaia) numa viagem rápida de cerca de 20 minutos desloquei me assim pela primeira vez a Miramar dias antes do SWR à um ano atrás. Numa canícula invulgar para a altura deitei me no areal descalço e bebendo uma cerveja enquanto a brisa matinal ainda soprava de leve. Ao chegar à entrada desta pitoresca capelinha construída sobre as rochas deparei me com um sinal. Sinal escrito escrito em azulejo que nos alertava para o facto.
 " O local onde se levanta esta capela é certamente o mais antigo lugar de culto da freguesia. Antes de se celebrar a Cristo seria um altar pagão."

 Consta-se de que a origem deste lugar possa assim estar ligada a antigos cultos ligados à natureza.
A capela por sua vez terá sido erigida algures no longínquo ano de 1686. 
Creio igualmente que terão sido feitos vários documentários sobre o local, voltarei certamente aqui ao blog para o partilhar se me surgir algum.


Recomendação cinematográfica - Monthy Python and the Holy Grail (John Cleese 1974)


Abençoados Monthy Python's .
Nada como o caracterisco humor britanico em tempos de clausura. 
Enquanto visualizava as cadeias e os tags do Facebook surgiu me esta recomendação. 
E foi boa a hora que surgiu pois era mesmo do que estava precisando para reerguer o astral.
Seguindo a saga do Rei Artur pelo Holy Grail
À boa maneira dos Monthy Python's.




quinta-feira, 30 de abril de 2020

the waltz of dissonance


 Numa outra fase da vida já distante mas ao mesmo tempo sempre presente, tive as minhas tentativas de fazer algo dentro das duas coisas que mais gosto e admiro neste mundo. 
Música e Poesia. 
Os conhecimentos musicais inicialmente eram quase nulos mas aos pouco fui adquirindo uma noção de ritmo que era em parte instintiva. 
Instintivos e espontâneos costumavam ser também os textos.
Por muitas vezes serem extensos demais tinha que descobrir depois a melhor formula de os encurtar para poderem encaixar nos riffs.
Uma das minha ultimas letras, senão mesmo a última era para se ter chamado "The Waltz of Dissonance".




creation unleashes

upon the footsteps

our own desolation

- disclosing all

our sublimations



reckoning fears

in isolated thoughts,

in which the night sought

the hallowed 

and restless seal



but what beckons to you in there? 

what fountains of desire 

are now proclaimed, with a seamless stare? 

far beyond your selfless I

and the evasions

which shined 

with one valuable word 



- in the beginning it was the word

and the word came

with wrath

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Morning mood - Process of Guilt


Descobri os eborenses Process of Guilt no Under the Doom Fest de 2018 e tornaram se definitivamente numa das minhas bandas portuguesas preferidas ao vivo. Provindo de um passado mais ligado ao Doom metal a evolução desta banda levou-os por um caminho mais dentro do Sludge popularizado por bandas como Neurosis.





Energia - som

Na Índia, como se sabe, utilizam-se os chamados mantras, tons simples, sílabas que facilitam a concentração no processo meditativo.
 Os mantras são como que recitações de formulas místicas que permitem evocar forças das quais eles são o símbolo. 
O mantra hindu mais antigo é o OM.
Quando um corpo vibrante emite som, há energias em movimento. 
Quando um grupo improvisa musicalmente, a energia gerada circula entre os seus membros.
Este fenómeno pode ser perceptível quando se entra numa sala de concertos depois de concluída a apresentação. 
Não é necessário estar-se demasiado treinado para "sentir" essa energia, vibrações, que a partir do cenário, envolveram todos os participantes e ainda perduram no ambiente.
 É uma afirmação comum falar-se, por exemplo na música Reggae, em "boas vibrações", acerca disto recordo me num plano mais afectivo por exemplo do trauma de ver a minha mãe recuperar de um tratamento por quimioterapia, após uma doença cancerígena e do efeito animador e sensação de bem estar que provocava em nós sempre ouvirmos a música de Bob Marley e Peter Tosh.
 A fascinação ocorre no individuo quando se comoveu o inconsciente. 
O efeito produzido por uma série de sons nunca poderá ser totalmente explicado pela sua fórmula, pela pauta ou forma audível.



sábado, 25 de abril de 2020

Portugal (antes do 25 de Abril de 1974)

O retorno ao Passado. Para relembrar. 
Sempre. 




the woe forgotten


the woe forgotten


by all fading joy 
dwelling in your darkness 
in a naked starkness, do i envisioned your ambition 
or my delight?
(if thou are at my sight) 
why can't i reach it through?

frostbitten,
this hands 
in gardens of ice
to glare the whore's passion fruit, 
to grab it 
and taste it
in her womb of vice 

cyclop 
of all blind justice men
my will is free and shall forever be
i wear this garland of bones, in pleasures of steel
i bear the villain's blade, that spilled blood from the stones
i speak to you in ancient tongues, with the language that decifred the midnight seal

a contradiction tears the mind 
as the man opens the door
a crest that sublimed in times before
and roused through our minds, 
to blew it again 
in visions of maledictions
our burning stars of beyond 





no meu passeio quotidiano


No meu passeio quotidiano, todos os dias a mesma rua se estendia .

Crime ou inocência?! 

Ou apenas uma relação instintiva com o real

Fotografando instantaneamente a vastidão.

Ao longe, 

bem longe a poeira assentava

e eis que o homem em mim 

de novo se erguia

uma exignia força imiscuída, 

como um vulto

que sentia o clamor de todas as almas famintas 

a inocência citadina devastada


(don't play dead here...we'll dance all over your corpse)


um único desejo crivado de esperança

como quem desperta, temerário  

para um outro dia mais

o passo seguia firme no entanto

a hora dos antigos fascínios aproximava-se.

CONFORTO NUNCA MAIS.



O conforto de outrora era a redenção do corpo

às cartilagens da angústia. 

Eliminando o estado catatónico 

através do êxtase demoníaco 

do vinho, das paixões e da morte

o fascínio pela morte - paralela vivacidade.


(a sepultura será de novo o regresso ao nosso ventre materno)



Felizes e excêntricas 

eram as casualidades.

na era dourada dos seguidores de Hamelin.

Avançando, mesmo que devagar. 

Farejando por perto sempre esse medo. 

Eu caia e erguia me...caia e erguia me...sempre...as vezes que fossem precisas. 

Repetindo vinte vezes o mesmo processo iniciático, 

cerrando os olhos à entrada dos mausoléus. 



sábado, 4 de abril de 2020

Night Shifts - Metal Evolution

   Aproveitando este período de confinamento forçado para finalmente ver todos os documentários pendentes no YT. Ainda seguindo pela saga das minhas reminiscências metaleiras, quando um colega de escola e eu descobrimos o tape trading , vivia se em plena década de 90 e não havendo internet só se conseguia o acesso a estas bandas através de gravações em k7s áudio ou comprando CD's nas lojas...e quando não havia as possibilidades financeiras de comprarmos todos os que queríamos as k7 acabavam sempre por ser o meio mais viável. Recorríamos regularmente a revistas como a Metal Hammer ou a Terrorizer para procurar por novas bandas. E foi assim que pela primeira vez descobrimos nomes como Carcass ou Entombed, os Cannibal Corpse por sua vez conhecíamos do filme Ace Ventura. Os Deicide (ex Amon) por exemplo por causa da polémica personagem do Glen Benton era uma banda que adorávamos, Death, Morbid Angel e Obituary ao mesmo tempo que o Death Metal da Florida, cresce a cena sueca...os já referidos Entombed ( ex Nihilist ), Dismember e At the Gates. Havia um programa na MTV que era dedicado a toda esta vertente mais extrema. Foi através do Headbangers Ball que descobrimos bandas como Gorefest ( ao vivo no Dynamo de Eindhoven ) e Hypocrisy.  Em pouco tempo comecei entao a desenvolver contactos para o exterior e a corresponder com bandas underground, a trocar zines e demos ao mesmo tempo que a 2 vaga do Black Metal crescia a olhos visto depois de todo o impacto dos acontecimentos na Noruega, mas isso já é outra história.