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sábado, 17 de agosto de 2024

O nosso destino

 O nosso destino 

vagamente vivido
nos perfumes do teu sol
entre um olhar atónito, 
nos dias esquecidos
apenas com a estação de rádio 
tocando toda a musica negra, o jazz 
flutuante 
inofensivo e constante
a voz rasgava o silêncio
e se dissolvia nos acordes.

viciados na curva melódica
que acomodava as palavras.

 - tempo que sempre exige beleza.

Inconfundível vitral do tempo
fluxos de conhecimento, luz!
luz cega que se reconhece nos céus repartidos de outono
luz que por vezes se extingue, outras vezes se torna mais intensa
e onde desconheces se existirá repouso ou sofrimento.

Num instante longo, num olhar curvado
vestidos de ninguém, nas nossas cabeças flutuantes
por aqui não existem mais inimigos, na perfeição do cosmos
o caos renasce

Recortei palavras 
do teu diário de outrora
recitei os verbos que me revestiram 
com o teu fantasma
quimono da minha identidade solitária
é lucida a brisa lá fora
fala me de ti 
e dessas vidas humanas tão distintas
quando tão eloquentemente
falam diante dos espelhos
nuances esbatidas de outros Eu's


O nosso destino, 
que me roubou horas
à luz 
na beleza nupcial da noite
as lúgubres horas
que me brindavam
com o erotismo ancião
de todo o teu acervo de prazeres

e que não deixou esquecer 
as minhas mãos
deambulantes
pelos teus cabelos molhados
tudo descrito no teu livro das memórias 
de que nunca te quiseste separar
e que todos os dias
guardavas 
na tua mala de cabedal.



(o adeus a ziggy) 

- o homem que veio do espaço partiu…

uma nova estrela polar 
cadente
Órion transcendente

confundindo todas as Plêiades
por uma vez mais 

com aquela canção - pedra poema  
a benção entre terras de conflitos
que resgatava
a nós
todos os seus crentes
ao anoitecer

ao magro duque branco
que nos observa agora
desse seu novo Éden 
peço-lhe apenas
tragam-nos de volta a este mundo 
toda a nossa família
tragam-nos de volta a este mundo 
todos os nossos elos de ligação.

Volta depressa Ziggy...
...estás perdoado.


* p.s estou realmente cansado de mal entendidos e confusões daí querer explicar o significado da minha ultima frase. 
O meu falecido tio, que curiosamente foi quem viveu primeiro neste sitio onde estou a viver agora, terá sido igualmente uma das pessoas que mais terá contribuído para despertar o bichinho da música em mim.
 Para além de ter sido colecionador de vinyl. 
O que ajudar-me-ia igualmente a despertar para a beleza do colecionismo dos mesmos.
Algumas das suas frases foram permanecendo no baú de tenras memórias da criança que fui. 
Ele adorava por exemplo os Queen (sem deixar por isso de ter casado e ter tido 2 filhos) e um dia contou me como que depois do falecimento do Freddy, um programa de rádio local lançou um concurso de frases em sua homenagem e ele tentou participar nesse mesmo concurso com a seguinte frase.
" Volta rápido Freddy...estás perdoado." 
Por algum motivo isto ficou me na cabeça

* p.s 2 na altura que escrevi estas palavras alguns dos músicos e personalidades que admirava tendiam a desaparecer rapidamente e por isso fazia sentido...agora que alguns dos meus familiares começaram igualmente a deixar este mundo(entre eles o meu já referido tio) já não sinto mais a necessidade de dar esse "grito" apenas uma total falta de identificação com a maioria das ditas" rock stars" nos dias que correm. 
Muitas vezes pelos ares "strictly business" entediantes que aparentam ter e com isso a aparente falta de humanismo. 
Podia dizer-se que o Kurt foi o ultimo, mas tantos têm caído depois...Layne Staley, Chris Cornell,Mark Lanegan, Jeff Buckley, Eliott Smith isto já para não falar do Mark Sandman,do Pete Steele, do Lemmy, o próprio David Bowie, Lou Reed ou Leonard Cohen. 
all this one of a kind of beautiful humans and artists which are now surely missed in this world more than ever.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

alien (nation)

alienating myself
 from what future corpse 
i might be
fleeing myself 
from a masochistic murder 
of the self 
all wicked nature of men - now defying the being

Into restless places
places unseen
where you once reborn, shredding the skin

as old as their values, as hollow as their faces
no valuable lightness 
is here to bare
no truth seems now to be 
at our pace

seven folded tales
of the untold dream 
now revealed

torments are great, where faith and order fades
the prayers unreal, 
the lending hand that never feels

furthermore, in devil's lore 
they may claim 
that the romance is new
but our hurling flame 
is ancient

hunger that blows
to where you stood in shame, faced 
with impossible yearnings
a love above
 standing 
like fireflies 
that at night burns
showing us 
the way 
to a freedom once corrupted


shortage in native soils,
riddles 
of vast blue horizons 
binding us still
through all this sundown pleasures 
that comes and goes 
everyday 
only to unravel this race
it's the only true inspiration
the natural connection 
you have 
for now 
in all it's might


perform the play 
you' re alive 
greeting hours 
from the horizons
through a limbo  
that marked the flesh
out of space 
haunted by delight 
restlessly we aspire  
to go now









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