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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

janela com vista para o mar


                                        * Salvador Dali


Estavas órfã de mim
e eu sedento de ti
na permuta dos desejos
encostaste a tua boca na minha
na respiração sustida,
és a cara de anjo amuada
no close-up do teu flanco.

"I lit my purest candle,
close to my window..."

Por detrás da cortina
indiscretamente,
num olhar visionário
trocamos por fim palavras
no silêncio de todas as nossas ilusões.


escuto-te
perante toda
a cinemática paisagem
do amanhã
na hora de acordar
(para de novo contigo adormecer)

Abraçando
violentamente
a oculta opulência da vida
rogamos aos paxás
por novos dias
no regozijo de compreender
tudo o que dantes nos assustava,
corcel divino da fantasia
ansiando por verões índios, 
entre estes céus
tudo se condensa na multidão
a vida não escolhe ser vivida
não repitamos a procissão 
escutemos a voz, que nos vai embalando  

- nesta viagem breve e ocasional dos espíritos.


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