descrevo-as
as vozes dúbias
da mais obscura imaginação
nesse beijo de judas
a amarga voz que embarga
a beatles song
will again save the world
breve, breve
como um passo determinado
para o abismo
a poesia ébria
do esquecimento
neste reino de imagens, num irreal se esconde
os memoriais da província
nos gracejos dos inadaptados
indiferente,
por aqui
a terra
ainda nos esperava
tempo sacrificado,
todos temos náuseas de deus
profana rebeldia
que se torna santificada
pelo sol de satã,
.
descrevo-as a ti
as imperscrutáveis assombrações
no submundo de uma era digital
de porta em porta, em cada casa existe um enigma
dito e desdito como uma rajada de vento
numa língua incompreensível e ligeira
somos sombras passageiras
nesta latente
desolação.
através de um ritmo
tempestuoso,
as frases embargadas do abismo
um ensinamento arcaico de outros aforismos
é da reminiscência
dos corpos vertiginosos
que nascem
todas as nossas revoluções.
les enfants terribles
uma respiração ofegante,
sorriso provocador
juízes de ideais
despidos de valores
uma juventude elegante
com o trago estúpido, no balançar
de quem tudo fazia
impacientemente
ilustres nativos, bons selvagens
nos seus dedos compridos
trazem os sentimentos de Deus
mas em breve, também eles
se irão esquecer
de como assaltar a noite
Prometheus,
tinha prometido
um dia aqui regressar
para ensinar
a todos como escapar das sombras
invertendo as marés.
Prometheus,
viveu da partilha
do fogo proibido aos mortais
e o seu sangue ardente
seguiu correndo
pelas nossas veias
como afluentes
de lava
na conjura
em que se sobrevive,
Prometheus
é o vilão
que se ergue
contra toda a tirania
nas reverberações
que se elevam
pelas florestas do imaginário
é como uma flor
que sangra
todo o seu venenoso âmago da loucura.
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