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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

a dança da morte (totentanz)





Pelas paredes da noite
a sempre presente irmã
vai reescrevendo as origens
no sugestivo encontro do além
o extinguir da chama da vida
com o suspiro lânguido de morte.


E o rapaz gritou-lhes,

-vamos dançar - a macabra dança!

Um sonho entre sonhos
diante de um outro mundo, que clama por ti
em que se cerram fileiras durante séculos
e pelos seus corredores labirínticos
ainda se chora alto, no luto dos finados.
- é tão efémera, 
essa vida que agora tomei pela mão
aqui a tua espada de nada servirá
tolo ou sábio
rico ou pobre
não escaparás à minha sorte.

Espanto da noite,
tolhendo os corpos frívolos
num presságio, numa sonata de gritos
saudemos à praga nocturna!
- O justo e o pecador juntos
tentando escapar à hora desdita.

Resiste! Diz a esperança, esteio sideral da vida.
Não resistirás! Diz a brisa leve de morte.


em cada hemisfério
num nimbo entregue a si mesmo
uma força resiste
intemporal
num movimento arterial
que cresce pelos sentidos.

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