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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

lobos lusitanos

A minha primeira guitarra acústica foi me emprestada por um amigo chamado Lígio (que chegou a fazer parte de um banda de Silves chamada Teasanna Satanna) e seria com ele e com um outro tipo que costumávamos tratar pela alcunha de "Barba" (curiosamente o seu irmão mais novo era o "Barbicha") eu tinha o hábito de levar um pequeno gravador portátil comigo e lembro me particularmente de uma sessão de improvisos em que tivemos sentados com as acústicas na mata junto à vila de Odiàxere

Talvez influenciado pelos noruegueses Ulver daria a essa nossa sessão e ao posterior "projecto" em si o nome piroso/ pomposo de Lobos Lusitanos. A nossa influencia era muito derivada da mitologia celta/ pagã e das lendas tradicionais do Algarve. 
Tanto que tentamos desenvolver igualmente uma Fanzine a que demos o nome de "Myth Zine". A ideia desta zine era de tentarmos compilar algumas dessas lendas e juntarmos a isso artigos com entrevistas e reviews a algumas bandas underground que íamos conhecendo aos poucos nessa altura, durante anos cheguei a trocar correspondência com bandas de todos os lados. 

Desde sei lá, Israel, Colômbia, Bélgica, Polónia, Brasil, Espanha, etc

Durante muito tempo nunca me considerei nem "músico", nem "poeta", ou "fotografo" ou o quer que seja...talvez nunca tenha passado de um eterno "projecto de" em que me terá faltado sempre algo mais. Diria dinheiro principalmente, mas também alguma disciplina, o eterno síndrome de querer fazer mil e coisas ao mesmo e acabar por não fazer nada. Mas verdade é que ando já muito a pensar corrigir todas estas lacunas e gostaria por exemplo de voltar a tocar baixo numa banda. Recordo me sempre do Sr. Willem ter me emprestado o baixo Tobias para ensaiar algumas vezes e se bem me lembro ele só teria  começado a tocar depois dos 50. 
Pode ser que um dia ainda consiga tocar Bossa Nova em vez de Black Metal
Há sempre aquele tipo de coisas que gostaríamos de poder fazer mais regularmente na vida, há quem gostasse por exemplo de ir até à "Grande Muralha da China" eu pessoalmente preferia poder voltar a ter 15 anos para poder tocar música a sério.
Quando mudei-me da casa no Algarve passei montes de tempo a revisitar algumas k7's antigas com um leitor que adquiri de propósito há pouco tempo. Acabei por descobrir algumas destas gravações, recordei muita palhaçada, muita risada à mistura mas acabei por descobrir também algumas dessas gravações que fazia sozinho. Parecia ser tudo muito mais simples, pois havia muito mais imaginação para se fazer coisas com poucos meios, recordo me até de por uma k7 a tocar o mesmo riff repetitivamente durante vários minutos na aparelhagem stereo enquanto improvisava por cima com voz, sem micro, sem nada...cheguei a ter um pequeno teclado midi ou com a viola acústica (não tinha elétrica na altura).Depois com o gravador portátil gravava todo o tipo de sons e compilava. O som do elevador, os passos nas ruas, colocava dentro de um bidão e tocava percussão por cima, no mato improvisávamos cânticos, mas um dos meus sítios predilectos para gravar era debaixo da ponte dos comboios. Quando o comboio passava por cima das nossas cabeças.
Nunca percebi no entanto nada de programas de gravação e aliás na altura nem sequer tinha computador. 
E mesmo mais tarde continuei sem perceber.
Era tudo feito de uma forma bastante tosca.




Segundo a tradição do folclore ibérico, uma pessoa pode transformar-se num homem lobo através de uma maldição lançada por um dos seus progenitores.
 A pessoa afetada por este tipo de licantropia é chamada assim de "lobo da xente" e é condenada a vaguear indeterminadamente, assassinando outras pessoas.








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