A minha primeira guitarra acústica foi me emprestada por um amigo chamado Lígio (que chegou a fazer parte de uma banda de Silves chamada Teasanna Satanna) e seria com ele e com um outro tipo que costumávamos tratar pela alcunha de "Barba" que começaríamos a tocar juntos mais frequentemente (curiosamente o seu irmão mais novo era o "Barbicha") eu tinha o hábito de levar um pequeno gravador portátil comigo e lembro me particularmente de uma sessão de improvisos com as nossas acústicas na mata, perto da vila de Odiàxere, aonde o Barba residia.
"We are such stuff As dreams are made on; and our little life Is rounded with a sleep." The Tempest Act 4, scene 1, 148–158
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
lobos lusitanos
domingo, 27 de outubro de 2024
dirty road blues
pitiful missionaries
drifting
bemused ,
in the narrow notions of life
seeking
their own truth in lurch
death talks
death takes his toil
on the blink of a eye here
into death's kingdom they walk
are these fools unable to see
your days are scarce, they murmured to me
so i flung in order to tease disorder
destiny,
no further than a restless land
it calls you in dreams
it calls you in death
to where ether breeds in
and strives within
your silent ways
but her words
will languidly
drive us
the violin creations, appealing to the choirs
the drums sets rhythm,
through our mindless isolation
all life urges, bringing the rain
for the feast of the nation
neighbors
kept the cards away, games are now hidden under their tables
bravery squads of heroes, they bestow in cradles
sharing their fruits
to all the oppressed children
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
em breve
Em breve,
dizem-me todos os astros
os espíritos
tornar-se-ão voláteis
quase intemporais
dentro do útero do tempo
sempre
um pouco mais além
do que toda a penumbra oceânica
onda celestial , harmonia tântrica
é o regressar do sonho
que se estende, sempre pelas manhãs
ânsia pura
reescrita
nestes dias de espera
pela tua inefável presença.
na gaveta um escrito
límpida era a proscrita memória
num mundo mais pequeno, num lugar de que sentia falta
as paisagens do interstício
desdém que me condenava a alma
longínquo como o mundo
vago como as palavras dos deuses
a evocação deles, procurei-a em ti
para a perder de novo num segundo
eleva me esta divina força criativa
que cresceu da terra, mãe
de onde evocamos todos os espíritos
Ó êxtase, mergulha as mãos
na alba
cospe o fogo e verte
a saliente veia da noite,
a vidente augura-me
o teu retorno.
- em breve
será novamente manhã.
domingo, 8 de setembro de 2024
diários de bordo - memórias alentejanas
Quando era miúdo sonhava em ser futebolista.
O Futebol e o Karaté foram até agora os únicos desportos que alguma vez pratiquei.
terça-feira, 6 de agosto de 2024
alien (nation)
segunda-feira, 29 de julho de 2024
echoes of an early day home
quarta-feira, 17 de julho de 2024
diários de bordo - lagos
Acordo e espreito pela janela...o deus dos trovões não dá tréguas hoje.Chuva e vento comprovam como este se encontrava chateado com todos nós, e eu vou tentando comunicar como todas estas entidades omnipresentes desde a tua ausência, nesta ressaca silenciosa em que a memória do teu rosto resiste na tenacidade de um quarto escuro.
Hoje tinha pensado ir a Lagos. Adormecer no areal da Praia do Pinhão.
Não me perguntes o que esta cidade sempre teve de especial, pois eu próprio também te não sei responder. Talvez seja pela mobilidade de quem foge à rotina diária e desses mesmos rostos macambúzios, quase moribundos que te cercam, intimidam e como que te prendem a fala. Assustei-me no outro dia, enquanto tentava falar com alguém e não conseguia...apercebo-me cada vez mais de que as drogas têm esse efeito em mim...cavar cada vez mais fundo o abismo que me separa da nossa comunicabilidade.
Mas Lagos, Lagos....bem, de facto hoje faz sol em Lagos.
E é pela janela do comboio que espreito e te escrevo agora estas palavras no meu caderno de apontamentos e parece até que aqui a tal entidade divina e omnipresente já não se encontra mais chateada conosco.
Um nervoso miúdo invade-me, como me fosse reencontrar me contigo pela primeira vez desde daquela noite que nos conhecemos, talvez não seja Lagos mas antes sim tu o destino pelo qual eu tanto anseio. Algumas dúvidas antecederam esta vinda, que já estava planeada há muito mas que a falta de tempo parecia não querer permitir.
Ao visualizar a Marina, ao sentir de novo essa brisa relembro-me novamente de ti e dos teus cabelos que dantes eram curtos e agora imagino-os longos, inquietos e selvagens...um dia virás aqui comigo também. Os locais falar-te-ão as mais belas praias do país e até mesmo os pequenos grupos de holandeses e alemães, os foreigners, cidadãos foragidos do rebuliço das cidades grandes te irão dizer que este é um lugar tranquilo para se viver.