a alma não existe mais
sua morte foi assistida por um assombro invernal
usurpadores e inquisidores
constantemente tentam
interpor-se entre nós,
caminhamos entre silêncios
para um purgatório saturnal
anjos subterrâneos, por aqui nos seguem
reconhecendo sítios ancestrais
criaturas errantes que se moldam à tua inocência,
rostos que ficaram à porta
de casas sacramentais
sem futuro
sem futuro, o presente que arde
em brandas mágoas
as cinzas caindo
incandescentes
pelo reflexo das turvas águas
no presságio da meia noite, a catarse do firmamento
soprando como o vento,
entre planícies
e estrelas que não chegaram a iluminar
reflexos de enganos e descontentamentos
dados que ditam os rumos
à luz das labaredas apocalípticas
a fêmea estendida no altar, relembra-nos todas as hecatombes cíclicas
com a humanidade,
servindo lhe
o sémen fecundante da atrocidade
a necessidade antropofágica
de todas as (desu) humanidades
por aqui nunca há tempo de se lamber feridas ,
pelo seu nome, ergue se o cio destas fatalidades
copulando com todas as idílicas fantasias,
estruturas que sucumbem
ao caos do livre arbítrio, os falsos juízos que incubem
estas forças
que não escolhem idades
no anátema das afeições, a apostasia redentora
de uma heresia
Sem comentários:
Enviar um comentário