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quinta-feira, 1 de maio de 2025

sede de destino

sede de destino


miragem de penumbra
vertida 
na fronte de um alegre salteador 
figura abandonada nos destroços 
de uma cidade perdida

no templo libertino da memória, 
o tempo esquecido
exige sempre mais beleza.
mais desenvoltura, mais pureza.
mais candura

Inconfundíveis vitrais do tempo

entre fluxos de conhecimento, luz!
luz cega que nos reconheceu desde os céus repartidos de outono
uma luz que por vezes extingue-se, outras torna-se mais intensa
e onde desconhecemos se existirá repouso ou sofrimento.

num instante longo, o canto 
a que chamamos vida 

ninguém é de ninguém, somos rompantes 
excelsos habitantes 
apenas e só 
nas nossas cabeças flutuantes
desta imperfeita perfeição 
do cosmos 
sede de caos 
que renasce no domínio da percepção
sede de destino 
que indica à carne dócil
o caminho de volta ao seio materno 


é lúcida a brisa lá fora
fala me de ti 
e dessas vidas tão humanas, tão distintas
quando eloquentemente
falam diante dos espelhos
nuances esbatidas de outros Eu's


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