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terça-feira, 30 de junho de 2015

Diarios de Bordo- Paredes de Coura



Saudades de um dos festivais que se realiza em um dos locais mais lindos deste pais. 
Recordo-me perfeitamente da última edição em que estive presente. 
Foi em 2011 precisamente no dia a seguir ao que abandonei o meu trabalho no aeroporto e vim-me embora de Faro. Depois de uma viagem de autocarro do Porto até Arcos de Valdevez e depois de não ter conseguido que nenhum dos emigrantes suíços ao regressar das festas das vilas em redor parasse os seus carros luxuosos para me dar boleia acabaria por fazer todo os 25kms a pé desde Arcos de Valdevez até ao recinto do festival durante a noite. 
Tendo aproveitado apenas para dormir algumas horas junto a uma ponte com uma vista arrebatadora para uma linha de enormes pinheiros que se erguia em direcção do céu estrelado, com os seus ramos caindo como sombras pelo vale.
 Acabei por chegar cedo pela manhã ao recinto, sendo provavelmente um dos primeiros a chegar nesse dia. Consequentemente os dias foram sendo aproveitados com os concertos que duravam desde as 15h00 até às 04h00. Depois do festival terminar fiquei ainda mais alguns dias acampado junto à praia fluvial, enquanto aguardava pelo ultimo ordenado do aeroporto alimentado apenas com umas maçãs e de uma garrafa de vinho, oferta que um dos simpáticos grupos de resistentes (malta nortenha) deixou. Da vila também levo as melhores recordações, fui sempre bem tratado pelos locais. Depois de nadar nas águas frias daquela praia era capaz de ficar horas a fio deitado no areal embrenhado na minha leitura do "Just Kids". O livro da Patti Smith que comprei antes da viagem fascinou-me de tal forma que despertou de novo em mim todos os ímpetos criativos, o de voltar a desenhar, escrever e reacendeu de novo o sonho de tentar voltar a fazer algo na música, o que não deixava de ser estranho visto que já se tinham passado vários desde a ultima vez que teria tocado numa guitarra.
Bons tempos.










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