Nunca terei conseguido desenvolver como gostaria toda esta minha paixão pela música na forma prática que gostaria para compor as minhas próprias melodias. Embora essa seja ainda uma esperança que vá sempre acalentando secretamente. Só foi mais recentemente, e após alguns flirts com a poesia e com o desenho, é que descobri esta outra grande paixão e esta embora nunca chegue ao nível “obsessivo” da música oferece-me toda uma diferente dimensão em termos de probabilidades sensoriais e criativas a desenvolver.
A interpretação godardiana do que é o amor, seja através do diálogo ou do jogo de sombras entre as personagens toca-me de uma maneira indelével.
Verdadeiramente genial... para já, não estou a conseguir parar de ver este excerto.
Obsessivamente.
A tua voz, os teu olhos,
as tuas mãos, os teus lábios.
O nosso silêncio, as nossas palavras.
A luz que desaparece,
a luz que regressa.
Um único sorriso para os dois.
Por precisar de saber,
vi a noite criar o dia
sem que mudássemos de aparência.
Ó bem amado por todos e bem amado por um.
Em silêncio, a tua boca prometeu ser feliz.
"Afasta-te, afasta-te", diz o ódio.
"Aproxima-te mais", diz o amor.
Pelas nossas carícias, saímos da infância.
Vejo cada vez melhor a forma humana.
Como um diálogo entre amantes,
o coração só tem uma boca.
Tudo é ao acaso.
Todas as palavras são espontâneas.
Os sentimentos à deriva.
Os homens vagueiam pela cidade.
O olhar, a palavra.
E o facto de eu te amar.
Tudo está em movimento.
Basta avançar para viver,
seguir em frente, em direcção a tudo o que amamos.
Ia na tua direcção, seguia sem parar em direcção à luz.
Se sorris, é para melhor me envolveres.
Os teus braços luminosos entreabrem o nevoeiro.
Paul Éluard
Obsessivamente.
A tua voz, os teu olhos,
as tuas mãos, os teus lábios.
O nosso silêncio, as nossas palavras.
A luz que desaparece,
a luz que regressa.
Um único sorriso para os dois.
Por precisar de saber,
vi a noite criar o dia
sem que mudássemos de aparência.
Ó bem amado por todos e bem amado por um.
Em silêncio, a tua boca prometeu ser feliz.
"Afasta-te, afasta-te", diz o ódio.
"Aproxima-te mais", diz o amor.
Pelas nossas carícias, saímos da infância.
Vejo cada vez melhor a forma humana.
Como um diálogo entre amantes,
o coração só tem uma boca.
Tudo é ao acaso.
Todas as palavras são espontâneas.
Os sentimentos à deriva.
Os homens vagueiam pela cidade.
O olhar, a palavra.
E o facto de eu te amar.
Tudo está em movimento.
Basta avançar para viver,
seguir em frente, em direcção a tudo o que amamos.
Ia na tua direcção, seguia sem parar em direcção à luz.
Se sorris, é para melhor me envolveres.
Os teus braços luminosos entreabrem o nevoeiro.
Paul Éluard
Karina a declamar um belo poema de Paul Eluard...
ResponderEliminarbelíssimo filme...
Não sabia que era um poema do Paul Eluard!:)
ResponderEliminarObrigado!
Sem duvida que sim alias como quase todos os filmes da fase Anna Karina e Belmondo...a minha fase Godardiana preferida!
http://ocafedosloucos.blogspot.com/search?q=la+capitale
ResponderEliminarora cá está ele...
;)
Obrigado caro amigo homónimo...só hoje descobri quem eras:)
ResponderEliminarMuito porreiro o blog...um dos que tenho acompanhado com mais regularidade!