e a magia do teu olhar
jamais será esquecida
o esplendor nas cores
que de ti emanava,
o encantamento dos teus lábios
afrontava
enquanto bebíamos todas as tentações
com o teu andar
- antes de ti, curvilínea resplandecência
antes das manhãs nebulosas
e numa prolongada ausência
(a violência abrupta do sentir)
Ainda acreditas
tu no livre-arbítrio
Quando tudo
por vezes
parece permanente
e imponente
como a noite
de onde me surgiste? (…)
(…) Como um sonho prostrado à porta de casa
aqui jaz a inocência!
Vivência que renasce
e se materializa
sempre
somente
a um passo da alienação total
mas os sons permanecem…vagos…
ecoando no sótão desta casa vazia…
mais do que uma luz
é a voz pagã da esperança…
trágico deslumbramento
de figuras desmembradas pelo destino,
sugadas e enterradas algures…
assassinadas pelo porvir
que ao mesmo tempo insiste
em germinar novas sementes,
as exiguas formas de amor...
ávidas e trêmulas
reflexos de uma noite em flor...
fragmentos triunfais
de uma redenção celestial
descendo vertiginosamente,
recolhendo um a um
os sonhos esquecidos
no resguardo do espanto...
embarco de novo
nesta viagem noctívaga,
o retorno ao ponto de origem,
onde
pernoita ainda
a nossa inocência...
Verdes campos…relegados ao abandono
Não te sentes tentada a vir comigo
mais uma vez explorá-los?
Panteões do Paraíso
onde cada mármore,
cada pedra lacônica ganha vida…
de todas formas maciças e todos os métodos infligidos
nas falácias do nosso dia a dia
resistem às súplicas
por mais um favor...
por mais um dia
Pudesse eu transformar
toda esta raiva contida
de quem por vezes
se esquece de saborear
verdadeiramente as coisas
em cantos e odes para todos os operários
que perfilam
no inferno
da indiferença
desta cidade!
(…) Hoje junto-me aos meus amigos para ouvir falar mal de tudo o que nos rodeia, critica-se o governo, critica-se o sistema educacional, os patrões, os nossos pais, os nossos filhos (sim, porque já há entre nós quem os tenha) e toda a nossa sociedade de “débeis mentais”.
Sendo nós incapazes de olhar para a realidade do nosso país com uma força empreendedora e construtiva abundam no entanto ideais passados em folhas de Xerox , este primado da oratória em detrimento de uma força empreendedora que as realize arrisca a falência de todas as ideias realmente inovadoras…”este é um país amputado, sem pernas para andar” dizemos todos nós em uníssono…mas não seremos nós que estaremos realmente a cortar as pernas a este país?...Podia levar horas a interrogar-me e a chegar a conclusões que na pertinência e legitimidade da nossa revolta nos pudesse realmente fazer “andar” até a algum lugar mas a fadiga atinge-me novamente, tal como a nostalgia , que não é facilmente disfarçada por todas estas conversas de índole politica.
(Janeiro 2001)
- antes de ti, curvilínea resplandecência
antes das manhãs nebulosas
e numa prolongada ausência
(a violência abrupta do sentir)
Ainda acreditas
tu no livre-arbítrio
Quando tudo
por vezes
parece permanente
e imponente
como a noite
de onde me surgiste? (…)
(…) Como um sonho prostrado à porta de casa
aqui jaz a inocência!
Vivência que renasce
e se materializa
sempre
somente
a um passo da alienação total
mas os sons permanecem…vagos…
ecoando no sótão desta casa vazia…
mais do que uma luz
é a voz pagã da esperança…
trágico deslumbramento
de figuras desmembradas pelo destino,
sugadas e enterradas algures…
assassinadas pelo porvir
que ao mesmo tempo insiste
em germinar novas sementes,
as exiguas formas de amor...
ávidas e trêmulas
reflexos de uma noite em flor...
fragmentos triunfais
de uma redenção celestial
descendo vertiginosamente,
recolhendo um a um
os sonhos esquecidos
no resguardo do espanto...
embarco de novo
nesta viagem noctívaga,
o retorno ao ponto de origem,
onde
pernoita ainda
a nossa inocência...
Verdes campos…relegados ao abandono
Não te sentes tentada a vir comigo
mais uma vez explorá-los?
Panteões do Paraíso
onde cada mármore,
cada pedra lacônica ganha vida…
de todas formas maciças e todos os métodos infligidos
nas falácias do nosso dia a dia
resistem às súplicas
por mais um favor...
por mais um dia
Pudesse eu transformar
toda esta raiva contida
de quem por vezes
se esquece de saborear
verdadeiramente as coisas
em cantos e odes para todos os operários
que perfilam
no inferno
da indiferença
desta cidade!
(…) Hoje junto-me aos meus amigos para ouvir falar mal de tudo o que nos rodeia, critica-se o governo, critica-se o sistema educacional, os patrões, os nossos pais, os nossos filhos (sim, porque já há entre nós quem os tenha) e toda a nossa sociedade de “débeis mentais”.
Sendo nós incapazes de olhar para a realidade do nosso país com uma força empreendedora e construtiva abundam no entanto ideais passados em folhas de Xerox , este primado da oratória em detrimento de uma força empreendedora que as realize arrisca a falência de todas as ideias realmente inovadoras…”este é um país amputado, sem pernas para andar” dizemos todos nós em uníssono…mas não seremos nós que estaremos realmente a cortar as pernas a este país?...Podia levar horas a interrogar-me e a chegar a conclusões que na pertinência e legitimidade da nossa revolta nos pudesse realmente fazer “andar” até a algum lugar mas a fadiga atinge-me novamente, tal como a nostalgia , que não é facilmente disfarçada por todas estas conversas de índole politica.
(Janeiro 2001)
wicked rebels of a forsaken sun
ravenous and sensuous
as new cult
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