Voz da feroz alva chorou também por todos os desprotegidos.
Ácaros e piolhos também são filhos de gente. Um bem-haja a eles por isso mesmo.
Para todos esses filhos e filhas do desconhecido.
Que urgem desesperados em serem alguém neste jardim à beira-mar plantado.
Pois nunca haverá meia poesia que nos despeça a nossa burguesia de todos os seus edénicos privilégios.
Admirarás no entanto sempre a beleza entre o acto de escolher ser alguém. Sem pressas nem idade.
Crescer nesta sociedade é como crescer numa masmorra.
Em nome da vida apenas e só.
Julgava já ter visto tudo, forjado na guerra, qual Aquiles invencível em mil batalhas.
Julgava ter redescoberto aquela voz que nos reconduziria à eficácia de existir, à sageza, pronto-socorro de um estado de espírito inigualável.
No entanto prometi a mim mesmo que não voltaria a atentar contra a vida.
Almofariz de uma estrela, esse corpo porta em si a alma de um piolho com dignidade.
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