Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Crass - There Is No Authority But Yourself

Creio que já tinha postado isto antes.
 Nunca é demais repetir. 
No que a Punk diz respeito, para mim os Crass foram a verdadeira resposta ao "no future""chaos n' anarchy" dos Sex Pistols. 
Com um sentido de comunidade bem claro em que difundiam mensagens mais "activistas" e "do it yourself". 
Dial House era nome dessa "Squat house" e foi lá que alguns estudantes de arte resolveram formar uma banda com o nome Crass.
Mas mais que uma banda esta tornar-se-ia todo um manifesto, um modo de vida.








Sometimes being rebellious in this fucked-up world just seems the only way to be alive.








terça-feira, 25 de agosto de 2015

Tuff Gong

Haverá sempre espaço e amor na minha vida para o Reggae/Roots e o Dub.
A Tuff Gong Records foi fundada na Jamaica em 1970. Tendo editado o primeiro Ep dos Wailers em 1971. Run for Cover era a música que marcava assim o inicio de uma bela aventura.
De referir que Tuff Gong era também a alcunha pelo qual Bob Marley era conhecido durante a sua infância em Trench Town


"Chanting down Babylon..."














o último homem



Late night


E o império da noite 

por agora encontrava-se pacifico.

A festa havia terminado.

O último homem 

depois de beijar Leonor,

partiu

o semblante era de novo pesado.



Ele quis deixa-la marcada,

fustigada 

na precisão exata do desejo carnal

espasmo que lhe fazia morder os lábios.



Quando acordou, 

era meio-dia.

A imposição arbitraria

de sentir algo mais, nas manhãs erectas.

formulas secretas da luxúria. 

O navio ancorado num eterno pecado. 

No templo das sombras, conceitos identitários 

toldam a visão

algo aqui desaparecera, t
alvez a esperança.

A chaga não foi bordão destinado a florescer.

Diziam eles que o amor aproximava todos os homens de Deus.

Diziam eles que o amor era lei.

No entanto este homem 

por aqui continua a desconhecer

a razão de todos os deuses.




Midnight



é meia noite, em plena penumbra

a íntima redenção de um corpo mais 

no rasgar lento das peles 

mescladas 

na noite febril e perene 

a torre de babel 

está caindo 

envolvem se todas as fulgures criaturas

nos esconderijos das cidades santas 

o gato cego,

segue 

sem eira nem beira 

inquieto 

na astúcia contraditória 

de quem acreditava

numa vida anônima de contrabandista 



as sanguessugas seguem

devorando consciências 



volúveis, 

dançavam

todos os corpos celestiais



Avé maria, 


- ascensão celestial da meretriz, 

ansiando pela primavera



mais de cem palavras escutei 

sobre ti 

maria

ao bardo das canções eu pedi 

que me fizesse a singela descrição do meu amor 

elevando me nas preces até ti

na graciosidade de maria 

havia

outro banal ensejo carnal 

que se esvaía 

em céus de vapor




são os negócios de Mefistófeles, 

na delinquência dos prazeres 

santos imorais definham 

nas baladas animalescas

os bastardos menestréis 

que deus não quis 

enredos absurdos de uma ira dantesca

rostos de uma verdade esquecida, que segue suspirando  

pelas coxas da mulher poema.



descendo entre as margens 

de um rio de sangue, 

o apocalipse mental de novo aclamava

a fronteira invisível 

como uma dança se delineava, 

entre repetições e perfeições 

o jogral das desgraças

que com as metáforas semeava, 

apenas o adágio

regressivo a todas as bocas famintas.



desta montanha sacra,


- o seu eterno retorno.



de novo a garrafa

que pela hora beatificada

despertava-lhe todos os órgãos vitais

o inferno das sensações inúteis

desta obsidiana casa de vidro

tudo era vago como o homem nu

tudo era frívolo como deus.



de volta 

às ruas do crepúsculo,

todas as fronteiras por aqui são impostas 

pelos limites de quem possuis

desde a obsessão,

a um momentâneo adeus



-  o sal que arde nos olhos 

e queima na pele



na dívida de se ser 

outra vez alguém 

para alguém

o último homem pede  

que lhe leiam de novo 

a sua sina


uma beleza grandiosa trespassava

do seu quarto vazio 

apenas uma imagem replicada

depois de tantas horas passadas, 

a conclusão 

- o simples acto de revolta, nunca terá por si só fim certo



fui mendigo do teu desejo

e capitulei 

bem longe de ti, à 


beira mar.

-









           

          sábado, 22 de agosto de 2015

          the harvest of raging seasons




          the unraveling of the celebrations
          reads the fate of our charming desperation  
          behold, as the mantle of illusions fall's
          over their celebration halls

          higher spirits 
          are guided by beguiled, 
          in the balance of the degenerated
          that burns the flesh
          and shackles the faith

          through the harvest 
          of our raging seasons, 
          the blooming seeds
          of all forgotten reasons

          the revealed plague 
          arose
          plague forgotten 
          at the dawn
          of all our
          crystal memoirs

          a frail temptation
          formed by miasma of sirens
          for their savage beauty, we plunged our eyes and tear our hearts 
          resonating thunders
          groaning 
          under mystic skies
          howling mother of ours
          come forth 

          the iron will, do not cease the coming storm
          bringer of aisles of the underworld, 
          the conquering worm
          a lingering omen of emptiness
          recollecting our memories
          the crew withdrew 
          as the roaring winds blew
          so hideous 
          so profane
          this abyss quench us again
          through grips of darkness,i felt the warm autumn rain 
          silence is our new word
          silently new world, men of straw they awed
                for a lethal cold god

          all children wait
          under their caves, on death valley
          they rally in faith
          with no moral distinctions
          a judgement of heaven & hell 
          intertwined
               the plague is the law
               the law 
               pervading 
               our humanity


          amidst
          a innocence loss 
          the mercurial course 
          to whom may wander
          from Venus to Mars

          (between genesis and chaos)

          quinta-feira, 20 de agosto de 2015

          diarios de bordo (feira medieval de silves - a lenda das amendoeiras)

          A propósito da Feira Medieval de Silves que decorreu a semana passada, resolvi aqui relembrar a lenda das amendoeiras em flor que aprendemos nos livros de história na escola primaria. 
          Haja por isso mesmo motivos de optimismo em relação ao ensino escolar, desde que se continuem preservando todos os traços de uma cultura milenar.

          Há muitos anos atrás, quando o reino do Al-Gharb ainda pertencia aos árabes, reinava em Chelb (antiga designação para a cidade de Silves) o jovem rei Ibn-Almundim
          Num certo dia este terá encontrado entre os prisioneiros de uma batalha, uma princesa loira e altiva de nome Gilda
          Impressionado, deu-lhe a liberdade, foi progressivamente  ganhando a sua confiança até confessar o seu amor por ela pedindo-lhe para ser a sua mulher. 
          Foram felizes durante algum tempo até que um dia a princesa adoeceu, desconhecendo o motivo da doença, o rei desesperou e apelou a um cura da suas terras para que a viesse salvar. 
          Este revelou-lhe que a princesa sofria com a nostalgia de voltar a ver as neves do seu pais. Por esse motivo o rei terá exigido que plantassem amendoeiras por todo o seu reino. 
          Com a chegada da Primavera, o rei levou a princesa à janela para que esta presenciasse com ele a bela visão das amendoeiras em flor, curando assim toda nostalgia pela sua terra natal. 
          Ano após ano o ritual foi-se repetindo no inicio de cada Primavera, proporcionando assim um final feliz digno de qualquer conto de encantar.









          sábado, 15 de agosto de 2015

          Santa Maria, Gasolina em Teu Ventre!

          Como é que é possível existir uma banda destas em Portugal na década de 80 e praticamente não se sabe nada sobre eles?! 
          Pelo pouco que sei Jorge Ferraz era o mentor do grupo e Tó Trips e Adolfo Luxúria Canibal terão sido colaboradores em algumas das músicas.







          quarta-feira, 12 de agosto de 2015

          wishing star of yesterday





          inca flower, 
          my new visionary prayer
          charming dancer, the glare of her features 
          in the lines of chaos
          from a signaling dark, echoing 
          through lullabies, 
          caressing me as i close my eyes
          a figure laid down 
          in our legacy of thoughts, uncovering  
          all vanity's cloths
          trampling feelings for our lost siblings
          raped and corrupted, sights for all what is worth
          a blade in everyday's sorrow
          a blow twisting slowly
          only the taste of slaughter, turns me into tomorrow

          a silhouette 
          a rebel's minuet 
          to which we dance 

          burning bridges
          into further places
          all our desirable creatures,
          holding the ribbons 
          into hazy spaces
          the thin foil still corrodes
                and the fourth wall 
               is no more 

          lean outside, 
          hark 
          this reign of melancholy 
          awaken suddenly
          by this strange morning 
          bird choir
           
          wishing star of yesterday, 
          would i follow you now?
           
          -  into north east, they say

          a rain dance to overcome 
          a passionate road 
          snared with storms
          where they gather 
          with grimly faces 
          to beware
          in all their garnished thrones
           
          for today 
          i'm nobody
          i'll carry the shape
          of your innocence 
          with me

          i'll drink you
          to take you 
          on my mind
          i'll write you
          to send you free

          but i'll get lost
          as the moon dust
          shining
          along 
          the willow trees.

          segunda-feira, 10 de agosto de 2015

          Goat - Glastonbury 2015

          *Voodoo rituals and world music insane sounds from Sweden...that's Goat...and they're taking no prisioners…




          a dangerous drug (to sing along)








          what Josie said? binding us within a circle of her endless lies through a chanting of lullabies a dangerous drug to sing along through the loudest frays black dress falls and her hair sways that girl took us everything away
          its the american way
          the first dream of a bleak memory we sip it together with mystique and rum her naked plum hallowed passion ties electrified bodies through disintegration tides to where this essence runs and truly abides solemnly we remember it all the several afternoons at her sisters room i kiss her proud thighs the honey hive, in the morning haughty desire to drink her love, like the soul of a new province to discover mild promises in her secrets to endow.

          eras tu







          Cruzeiro Seixas



          Eras tu 
          o meu segredo
          nas entrelinhas.
          Eras tu 
          a sombra de todas
          as cidades sem nome
          por onde derivo
          incisivo 
          na incerteza 
          de quem se esquece de si


          animal ferido 
          de morte 
          que aprendeu
          na dureza das palavras, 
          a sua última pureza 
          moldando
          todos os traços vitais
           de um universo ignóbil.

          Não sou eu,
           quem tu tanto querias ter?!
          Chega-te de novo. 
          aqui ao pé de mim
          ouço-te à tanto tempo 
          no tempo dos outros.
          Quem sou eu hoje?!
          Nada mais que um homem.







          sexta-feira, 7 de agosto de 2015

          Akira Kurosawa’s Dreams.





          “Why aren’t you painting? To me, this scene is beyond belief. A scene that looks like a painting does not make a painting. If you take the time and look closely, all of nature has its own beauty. And when that natural beauty is there, I just lose myself in it. And then, as if it’s in a dream, the scene just paints itself for me. Yes! I consume this natural setting. I devour it completely and whole. And then when I’m through, the picture appears before me complete. But it’s so difficult to hold it inside.”

          Vincent Van Gogh, from Akira Kurosawa’s Dreams.