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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

eras tu







Cruzeiro Seixas



Eras tu 
o meu segredo
nas entrelinhas.
Eras tu 
a sombra de todas
as cidades sem nome
por onde derivei
incisivo 
na incerteza 
de quem se esquece de si


animal ferido 
de morte 
que aprendeu
na dureza das palavras, 
a sua última pureza 
moldando
todos os traços vitais
 de um universo ignóbil.

Não sou eu,
 quem tu tanto querias ter?!
Chega-te de novo. 
aqui ao pé de mim
oiço-te à tanto tempo 
no tempo dos outros.
Quem sou eu hoje?!
Nada mais que um homem.







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