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terça-feira, 25 de agosto de 2015

o último homem



Late night


E o império da noite 

por agora encontrava-se pacifico.

A festa havia terminado.

O último homem 

depois de beijar Leonor,

partiu

o semblante era de novo pesado.



Ele quis deixa-la marcada,

fustigada 

na precisão exata do desejo carnal

espasmo que lhe fazia morder os lábios dela.



Quando acordou, 

era meio-dia.

A imposição arbitraria

de sentir algo mais, nas manhãs erectas.

nas formulas secretas da luxúria. 

O navio ancorado num eterno pecado. 

No templo das sombras, conceitos identitários 

toldam-nos a visão

algo aqui desaparecera, t
alvez a esperança.

A chaga não foi bordão destinado a florescer.

Diziam eles que o amor aproximava todos os homens de Deus.

Diziam eles que o amor era lei.

No entanto este homem 

por aqui continuava a desconhecer

a razão de todos os deuses.




Midnight



é meia noite, na plena penumbra

a íntima redenção de um corpo mais 

no rasgar lento das peles 

mescladas na noite febril e perene 

a torre de babel 

está caindo 

envolvem se as fulgures criaturas

nos esconderijos de todas as cidades santas 

e o gato cego,

segue 

sem eira nem beira 

inquieto 

na astúcia contraditória 

de quem acreditava

numa nova vida anônima de contrabandista 



as sanguessugas seguem-nos 

devorando consciências 



volúveis, 

dançavam

todos os corpos celestiais



Ave maria, 


- ascensão celestial da meretriz, 

ansiando pela primavera



mais de cem palavras escutei 

sobre ti 

maria

ao bardo das canções eu pedi 

que fizesse a singela descrição do meu amor 

elevando me nas preces até ti

na graciosidade de maria 

havia

um outro banal ensejo carnal 

que se esvaía 

em céus de vapor




são os negócios de Mefistófeles, 

na delinquência dos prazeres 

santos imorais definham 

nas baladas animalescas

bastardos menestréis 

que deus não quis 

enredos absurdos de uma ira dantesca

rostos de uma verdade esquecida, que segue suspirando  

pelas coxas da mulher poema.



descendo entre as margens 

de um rio de sangue, 

o apocalipse mental de novo aclamava

a fronteira invisível 

como uma dança se delineava, 

entre repetições e perfeições 

o jogral das desgraças

que com as metáforas semeava, 

apenas o adágio

regressivo a todas as bocas famintas.



desta montanha sacra,


- o seu eterno retorno.



de novo a garrafa

que pela hora beatificada

despertava-lhe todos os órgãos vitais

o inferno das sensações inúteis

desta obsidiana casa de vidro

tudo era vago como o homem nu

tudo era frívolo como deus.



de volta 

às ruas do crepúsculo,

todas as fronteiras por aqui são impostas 

pelos limites de quem possuis

desde a obsessão,

a um momentâneo adeus



-  o sal que arde nos olhos 

e queima na pele



na dívida de se ser 

outra vez alguém 

para alguém

o último homem pede  

que lhe leiam de novo 

a sua sina


uma beleza grandiosa trespassava

do seu quarto vazio 

apenas uma imagem replicada

depois de tantas horas passadas, 

a conclusão 

- o simples acto de revolta, nunca terá por si só fim certo



fui mendigo do teu desejo

e capitulei 

bem longe de ti, à 


beira mar.

-









           

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