Late night
E o império da noite
por agora encontrava-se pacifico.
A festa havia terminado.
O último homem
A festa havia terminado.
O último homem
depois de beijar Leonor,
partiu
o semblante era de novo pesado.
Ele quis deixa-la marcada,
fustigada
Ele quis deixa-la marcada,
fustigada
na precisão exata do desejo carnal
espasmo que lhe fazia morder os lábios dela.
espasmo que lhe fazia morder os lábios dela.
Quando acordou,
era meio-dia.
A imposição arbitraria
de sentir algo mais, nas manhãs erectas.
nas formulas secretas da luxúria.
O navio ancorado num eterno pecado.
No templo das sombras, conceitos identitários
toldam-nos a visão
algo aqui desaparecera, talvez a esperança.
A chaga não foi bordão destinado a florescer.
Diziam eles que o amor aproximava todos os homens de Deus.
Diziam eles que o amor era lei.
No entanto este homem
No entanto este homem
por aqui continuava a desconhecer
a razão de todos os deuses.
Midnight
é meia noite, na plena penumbra
a íntima redenção de um corpo mais
no rasgar lento das peles
mescladas na noite febril e perene
a torre de babel
está caindo
envolvem se as fulgures criaturas
nos esconderijos de todas as cidades santas
e o gato cego,
segue
sem eira nem beira
inquieto
na astúcia contraditória
de quem acreditava
numa nova vida anônima de contrabandista
as sanguessugas seguem-nos
devorando consciências
volúveis,
dançavam
todos os corpos celestiais
Ave maria,
- ascensão celestial da meretriz,
ansiando pela primavera
mais de cem palavras escutei
sobre ti
maria
ao bardo das canções eu pedi
que fizesse a singela descrição do meu amor
elevando me nas preces até ti
na graciosidade de maria
havia
um outro banal ensejo carnal
que se esvaía
em céus de vapor
são os negócios de Mefistófeles,
na delinquência dos prazeres
santos imorais definham
nas baladas animalescas
bastardos menestréis
que deus não quis
enredos absurdos de uma ira dantesca
rostos de uma verdade esquecida, que segue suspirando
pelas coxas da mulher poema.
descendo entre as margens
de um rio de sangue,
o apocalipse mental de novo aclamava
a fronteira invisível
como uma dança se delineava,
entre repetições e perfeições
o jogral das desgraças
que com as metáforas semeava,
apenas o adágio
regressivo a todas as bocas famintas.
desta montanha sacra,
- o seu eterno retorno.
de novo a garrafa
que pela hora beatificada
de novo a garrafa
que pela hora beatificada
despertava-lhe todos os órgãos vitais
o inferno das sensações inúteis
desta obsidiana casa de vidro
tudo era vago como o homem nu
tudo era frívolo como deus.
de volta
às ruas do crepúsculo,
todas as fronteiras por aqui são impostas
todas as fronteiras por aqui são impostas
pelos limites de quem possuis
desde a obsessão,
a um momentâneo adeus
- o sal que arde nos olhos
e queima na pele
na dívida de se ser
outra vez alguém
para alguém
o último homem pede
que lhe leiam de novo
a sua sina
uma beleza grandiosa trespassava
do seu quarto vazio
apenas uma imagem replicada
depois de tantas horas passadas,
a conclusão
- o simples acto de revolta, nunca terá por si só fim certo
fui mendigo do teu desejo
e capitulei
bem longe de ti, à
beira mar.
-
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