Também eu andei à procura do sitio aonde vivia o Syd Barrett, tal como naquela canção dos Television Personalities quando estive em Cambridge pela primeira vez.
Acabei por não encontrar a casa do Syd mas por ir parar às Grantchester Meadows um dos locais mais marcantes numa das mais belas cidades de Inglaterra.
Há imenso de Cambridge na música dos Pink Floyd e apercebemo-nos disso depois de visitarmos a cidade.
Ainda falando de Manoel de Oliveira de referir que os Neo Realistas italianos chegaram a ver nele um percursor que teria vários pontos em comum com o cinema que eles próprios procuravam fazer. Mas depois dos Neo Realistas veio Fellini... e Fellini foi claramente um dos mais geniais e aclamados realizadores de todos os tempos. E o 8 1/2 um dos meus filmes preferidos. Quase que custa a crer como um filme que inicialmente pretendia apenas recriar a falta de inspiração de um realizador em escrever um argumento tenha tido este resultado. Onírico, surreal e de um humor verdadeiramente mordaz, um humor que se poderá caracterizar como tipicamente felliniano. E estará aqui a sua distinção em relação a outros outros realizadores, o facto de conseguir esta linguagem cinematográfica tão peculiar.E em 8 1/2 consegue-o com Marcelo Mastroianni a desempenhar brilhantemente o papel do seu alter-ego e uma vez mais com Nino Rota na banda sonora.
A noite de hoje trouxe-me à memória um outro escritor por quem senti sempre grande estima e amizade pela sua personalidade afável e bem disposta. Falo de Luís Nogueira e a Rua do Imaginário é o nome do seu programa de rádio na RUA FM. Recordo-me perfeitamente quando me ofereceu um exemplar do seu livro "Saudades de Água" em noite de aniversário.
Os meus hábitos de leitura sempre foram estranhos e talvez o mais estranho seja mesmo o facto de raramente consigo terminar de ler um livro.
Posso-te dizer-te que desde já que tenho sempre 3 ou 4 a meio por acabar de ler.
Por exemplo depois de ter começado a ler Ray Bradbury e José Luís Peixoto retomei a leitura um livro começado já há muito tempo atrás.
Livro esse que me foi emprestado por um amigo conhecedor do carinho que eu sempre tive pela personagem do Corto Maltese.
Trata-se da biografia do Hugo Pratt "O desejo de ser inútil".
Outrora também eu desejei criar a minha própria personagem de BD, inspirada aqui na figura do Corto, a história de um músico de rua chamado Derrick Nightingale.
Sempre gostei do traço do Hugo Pratt,tal como o do Milo Manara, mas na verdade uma das minhas grandes referências no que diz respeito ao desenho sempre foi o meu amigo "equatoriano" Félix.
Espero que também ele consiga cumprir um dia o seu sonho de abrir uma casa de tatuagens (caso seja ainda a sua vontade hoje em dia claro).
Pessoalmente por cá eu vou fazendo algumas tentativas de voltar à arte de desenhar que é algo que parece já vir de família , pois a minha mãe durante a infância era conhecida por ser uma excelente retratista para além de também escrever poesia.
Procurando recriar o seu subtil rosto estrelado, entrando pela noite dentro
erguendo violentamente o olhar equilibras os teus firmes passos humedeces os lábios secos
bebendo a absoluta solidão sacudindo toda a poeira luminosa dos dias. Voltarás sempre a esta casa, na entrega à doce ilusão entremuros, apelando a quem já te esqueceu. De tanto esperar aos poucos de ti vais te esquecendo.
Wirikuta é a terra sagrada dos Wixarrica Huichol e fica situada no alto das montanhas do México Central.Para os Wixarricas existe também a crença de que todo o mundo terá tido a sua origem em Wirikuta.
*Sempre gostei da maneira como o Manoel de Oliveira retratava a sua cidade.
"Tanto Manoel de Oliveira como o pintor de aguarelas António Cruz ilustram em fortes imagens toda a cidade do Porto, relevando assim o significado da Invicta...."
Ela viu-o cair. Era Wa-Kin, o primeiro sioux Ele pensou docemente sobre a terra mole, não sofria de qualquer mal. Num esplendor dourado. Nós vemos morrer ao longe os longos dias. Do lado da terra das lendas A velha terra do ocidente. A terra onde nasceu o Homem Vermelho A terra dos mitos e das tradições O vale cheio de histórias misteriosas, Que nunca foram escritas. Este poema é extraído do Chon-Oopasa que constitui o chamada "gesto das origens"dos peles vermelhas da América Setentrional.
Fando y Lis, foi a primeira longa-metragem do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky e incitou um tumulto quando estreou no Festival de Cinema de Acapulco em 1968 e acabou sendo proibido no México.
Blasfemo, sexualmente desviante e com uma linguagem por vezes brutalmente violenta, o filme é um produto do Mouvement Panique, o coletivo fundado em Paris em 1962, que, no espírito do Teatro da Crueldade de Antonin Artaud, visava criar performances para provocar os sentidos do público, no lugar de enfatizar a importância de encenar textos escritos diante de espectadores passivos.
Filmado a preto e branco e com um baixo orçamento, este segue a peregrinação da relação disfuncional de Fando e Lis à mitológica e paradisíaca cidade de Tar.
Fando, o estereotipado homem dominante, mas insatisfeito e inadequado, carrega Lis a sua esposa paraplégica, por terreno em ruínas e paisagens irreconhecíveis.
Neste caminho tudo segue servindo o espectador com relíquias simbólicas da infância da personagem.
Representando tanto com o que os trouxe, como igualmente o que teriam que enfrentar ao longo do caminho.